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Presidente da FCF não acredita em público nos estádios em 2020

"Acho difícil", reconheceu Rubens Angelotti. Ele é a favor da volta das torcidas ocupando 30% da capacidade

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 24/09/2020 - 15:13 Atualizado em 24/09/2020 - 15:20
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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Embora o Ministério da Saúde tenha dado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o aval para retomar a presença de público nos estádios a partir de outubro, o presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rubens Angelotti, não acredita que será possível operacionalizar essa reabertura ainda em 2020. "Acho difícil", reconheceu, em entrevista ao Timaço da Rádio Som Maior no programa Som Maior Esportes desta quinta-feira, 24. "Se dependesse de mim, já tinha público, mas não depende de mim", observou.

Angelotti havia comentado na última terça-feira, 22, ao 4oito, que a liberação efetiva dependeria de governadores e prefeitos. E reforçou isso agora. "O ministério pode autorizar, a CBF regulamentar, mas se os governadores e os prefeitos não liberarem, não tem jeito, não tem jogo", assinalou. "É um protocolo desenvolvido na CBF e levado pelo presidente Rogério Caboclo que tem, como item básico, a liberação de 30% da capacidade dos estádios, foi com isso que o Ministério da Saúde concordou", lembrou.

Confira também - Volta do público nos estádios depende de prefeitos e Estado

Se houver sucesso na retomada de público nos estádios com a capacidade em 30%, o Heriberto Hülse em Criciúma, por exemplo, poderá receber 5.790 torcedores por partida. "O Criciúma, por exemplo, terá que fazer alguma logística especial de ingressos, mas isso é fácil de controlar também junto ao associado", observou o presidente. Angelotti lembra que durante o Catarinense o Criciúma já havia dado essa sugestão. "O presidente Dal Farra chegou a projetar vender 30% dos ingressos para o jogo contra o Marcílio Dias, mas a Secretaria de Saúde não liberou", completou.

Os estádios de Santa Catarina
Clubes catarinenses no Campeonato Brasileiro
Como ficariam as capacidades em 30%

 

Avaí - Ressacada, 5.340
Chapecoense - Arena Condá, 6.024
Figueirense - Orlando Scarpelli, 5.874
Brusque - Augusto Bauer, 1.500
Criciúma - Heriberto Hülse, 5.790
Joinville - Arena Joinville, 6.720
Marcílio Dias - Hercílio Luz, 1.803
Tubarão - Domingos Gonzales, 510

O caso de Brusque

Sobre a presença de público em estádios - vetada desde o início da pandemia de Covid-19 -, Angelotti foi questionado sobre o ocorrido na decisão do Campeonato Catarinense, quando imagens expuseram a presença de torcedores na arquibancada do estádio Augusto Bauer, em Brusque, na decisão vencida pela Chapecoense.

"Era o pessoal da imprensa e os diretores e jogadores reservas dos dois times", garantiu o presidente. "Só da imprensa havia 122 pessoas credenciadas", explicou. "Não houve exagero nem nada errado", emendou.

A curva em crescimento

Além da necessidade de afinar o discurso entre União, CBF, Estados e Municípios, o presidente da FCF coloca outra dificuldade. "Existe a própria questão sanitária, tem estados que estão de novo com a curva subindo, crescendo. Não é o nosso caso aqui, mas o que valer para um, terá que valer para todos. É muito complicado, nesse ambiente, fazer o torcedor voltar em alguns lugares e não voltar em outros", observou, sem esconder a preocupação.

A questão econômica

Para o dirigente, a retomada do público nos estádios é fundamental para a viabilização do futebol. "Tudo caiu. Dos nossos dez clubes da Série A, oito estão no Campeonato Brasileiro. A CBF subsidia viagens e arbitragens, os clubes precisam manter seus times. Estão se virando com patrocínios, sócios. Mas se demorar muito para voltar o público, vai ter até clube fechando", lamentou. Angelotti citou as dificuldades que a própria FCF tem para sua manutenção. "Estamos todo mês no negativo, e olha que enxugamos a nossa estrutura. Estamos deficitários", apontou.

Ouça a entrevista do presidente Rubens Angelotti no podcast:

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