O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz), Alexandre Velho, criticou a Medida Provisória 1.217/2024 do Governo Federal que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até um milhão de toneladas de arroz beneficiado ou em casca.
Em entrevista ao programa Adelor Lessa desta terça-feira (14), ele alegou que isso é uma falta de sensibilidade aos produtores e que o foco deveria ser na recuperação das estradas.
“O que nós temos é um problema de logística para abastecer neste momento e também tivemos inclusive junto com o problema das entradas, tivemos a suspensão da emissão das notas fiscais durante a semana passada em função de uma pane no sistema da Secretaria da Fazenda Estadual”, disse Velho.
Segundo o presidente, existem produtores que perderam a safra após terem problemas durante o plantio no ano passado. “Produtores plantaram três vezes na mesma área e agora muitos deles não irão colher. Nós temos que atender estas famílias que perderam não só a safra, mas máquinas, equipamentos, perderam animais aí da sua pecuária e também muitos inclusive perderam suas casas”, explicou.
Sobre o aumento dos preços do arroz, Velho alega que o produtor não tem poder a respeito, por ser dependente da lei da oferta e demanda. “Como qualquer produto que tenha uma diminuição na oferta, a tendência é de um aumento de preços e isso não tem como evitar”, ressaltou o presidente da Fedearroz.
A orientação da Fedearroz aos produtores é que caso ele tenha condição de vender o produto, faça isso para que não deixe faltar arroz aos consumidores. “Não podemos falar que o produtor está segurando se eu não tenho estrada para transportar”, complementou Velho.