O engenheiro mecânico Wagner Baumgratz, que mora em Jaraguá do Sul, tenta há alguns meses encontrar um imóvel para o sobrinho que vai cursar medicina na UFSC, em Araranguá. Já foram consultadas três empresas, mas até o momento nenhuma unidade disponível foi encontrada. “Sabemos que vamos encontrar dificuldades devido a volta às aulas presenciais. Gostaríamos de um imóvel mais perto do campus para que ele possa se deslocar com facilidade, mas todos já estão locados. Vamos continuar procurando, mas sabendo que não se trata de uma tarefa fácil, ainda mais quando estamos longe da cidade”, explica o engenheiro.
Wagner não é exceção à regra. Assim como ele, muitas pessoas estão gastando sola de sapato ou tempo na busca on-line e se deparando com uma demanda maior que a oferta. “A demanda vem crescendo desde o início de março já que muitos cursos das universidades voltam de forma presencial em abril. Hoje tem pouca oferta no mercado e acredito que estamos com 90% da capacidade esgotada”, afirma Hemerson Machado presidente do Sindicato de Habitação (Secovi) da região Sul.
O presidente do Secovi também alerta para os cuidados na hora de procurar um imóvel. Com o aumento na procura cresce também o número de golpes. “Quando se procura um imóvel para alugar é muito importante que se verifique o estado físico desse imóvel e se a pessoa que está locando realmente é o proprietário. Se tiver alugando por uma administradora tem que checar o histórico dessa empresa. E assim como há o golpe do locador falso, também existe o golpe do locatário falso. Tem aquelas pessoas que chegam dizendo ser estudante para facilitar a negociação, já que atualmente o estudante é o principal cliente. Essas pessoas podem não ter um cadastro completo ou omitir algumas questões que irão prejudicar. Mas as administradoras estão prontas para isso, por esse motivo é importante colocar o imóvel em uma empresa idônea e com experiência no mercado”, orienta.
Hemerson Machado também fala sobre os preços e a construção de novos imóveis para atender a crescente procura. “Nós estimamos que o preço do aluguel tenha oscilado bem pouco se comparado ao período anterior a pandemia, nó máximo em torno de 10%. Os últimos dois anos foram bem difíceis para esse mercado da construção civil. Mas pela procura teremos um aumento no fluxo de investimento nessa área, principalmente construção para locação. O princípio é sempre a demanda, e se ela existe, vai alavancar a construção de novas unidades sim”, conclui.