Um Projeto de Lei polêmico chegou à Assembleia Legislativa (Alesc). De autoria de Marcius Machado e Nilso Berlanda, do Partido Liberal (PL), pretende barrar a chegada da tecnologia 5g em Santa Catarina. Já em funcionamento na Coréia do Sul, mas ainda uma realidade um tanto distante no Brasil, prevista apenas para 2020, a internet de quinta geração deve revolucionar o mundo tecnológico. No entanto, os deputados argumentam de que há indícios de que ela pode ser nociva aos seres humanos e pedem mais estudos sobre o assunto.
“Que façam estudos, mas não aqui, com o nosso povo de cobaia. Que façam lá na Coreia do Sul”, exclama o deputado Marcius Machado, em entrevista ao jornalista Arthur Lessa. De acordo com o deputado, estudos na Holanda apontam que testes 5g podem ter desencadeado um caso de mortandade de pássaros. No entanto, essa relação já foi desmentida por respeitáveis agências de checagem de fatos. “Se faz isso com os pássaros, imagina o que pode fazer com as pessoas?”, indaga Marcius.
O deputado também aponta um manifesto de universidades pelo mundo inteiro, inclusive brasileiras, que levantam a dúvida sobre os impactos da tecnologia 5g no meio-ambiente. De fato, existem alguns teóricos que se preocupam em avaliar esse resultado, mas não há provas de que a 5g pode trazer doenças ou matar animais.
Frequência maior
Um dos temas levantados na entrevista com Marcius Machado foi a frequência adotada pela tecnologia 5g. As ondas viajam na frequência de 2,3 GHz3,5 GHz, mais do que a 4g (o máximo chega a 2,6 GHz), mas menos do que o wi-fi caseiro, por exemplo, que pode ultrapassar os 5GHz. Não há nenhuma evidência de que essa frequência possa causar danos mais sérios aos seres humanos ou animais.
O deputado Marcius Machado justifica que não quer simplesmente proibir o 5g. “Tem site que diz que é verdade, tem site que diz que é mentira. Claro que vai ter contraditório, de dizer que é fake news. Não sou contra a tecnologia, sou contra fazer nosso povo de cobaia. Procura no YouTube, tem o programa Domingo Espetacular que mostra os pássaros mortos. É assustador. Que preço que pagamos pela tecnologia? Não sou contra ela, sou a favor da vida e de que os testes sejam feitos e comprovem se não há danos”, finaliza.