Foi protocolado nesta quinta-feira (17) um projeto de lei que propõe conceder o nome da professora e escritora Derlei Catarina de Luca para a rua do Loteamento Eco Park, em Içara. Com início na rua Sete de Setembro, a rua Projetada A será o principal acesso para o local que abrigará a sede própria do Poder Legislativo. A professora lutou contra a ditadura militar no Brasil, falecendo aos 71 anos, em 18/11/2017.
Para o autor do projeto, vereador Lauro Nogueira, a iniciativa é uma justa homenagem por tudo que Derlei fez e lutou pelo país. "Sempre lutou contra a ditadura a favor da democracia e pela verdade dos fatos. É uma representante da mulher içarense, seu nome hoje significa democracia, amor à liberdade e a busca da verdade para uma sociedade justa que reconhece e luta pelos seus direitos", destacou Nogueira. O projeto de lei será encaminhado para análise nas comissões permanentes da Câmara, após o fim do recesso parlamentar que encerra no dia 18 de fevereiro.
Histórico:
Derlei Catarina de Luca nasceu em 1946 em Içara, e foi presa em Ibiúna (SP), junto com os outros estudantes catarinenses que iriam participar do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1968. Trazia no corpo as marcas das intermináveis sessões de tortura a que foi submetida nas vezes em que ficou presa em São Paulo na Operação Bandeirantes (Oban). Sendo uma das principais fontes de informação e memória sobre o movimento estudantil e a resistência contra a ditadura em Santa Catarina. Após a lei da anistia em 1979 e de retornar do exílio em Cuba, participou das buscas pelos catarinenses mortos e desaparecidos políticos.
Escritora ocupou a cadeira número um da Academia Criciumense de Letras, também trabalhou durante 25 anos na APAE de Içara, além de atuar como professora em vários colégios no Sul do Estado. Em 2001, recebeu da Assembleia Legislativa de Santa Catarina a medalha Antonieta de Barros. Fundou o Comitê Catarinense Pró-Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos e o Coletivo Catarinense Memória Verdade e Justiça. Militou no grupo "Tortura Nunca Mais" e integrou a Comissão Estadual da Verdade, que apurou os crimes cometidos durante o regime militar.