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Queda no PIB per capita no Sul de SC: o que dizem os especialistas

Região tem renda interna por habitante mais baixa do estado

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 03/06/2024 - 10:33 Atualizado em 03/06/2024 - 11:08
Foto: Divulgação/Librelato
Foto: Divulgação/Librelato

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A região sul de Santa Catarina apresenta o Produto Interno Bruto (PIB) per capita mais baixo em comparação com as demais regiões do estado. O PIB é um importante indicador econômico que reflete a riqueza de uma determinada região, sendo que regiões com PIB mais alto são consideradas mais prósperas, enquanto aquelas com PIB mais baixo são associadas a uma menor prosperidade econômica.

Mesmo que o PIB seja alto, dividido por habitante, ele se torna o mais baixo do estado. Essa situação levanta preocupações quanto ao desenvolvimento da região sul, uma vez que o baixo desempenho econômico pode desestimular novos investimentos na área. Como reverter esse quadro? Especialistas no assunto na região Sul discutiram o tema no programa Adelor Lessa desta segunda-feira (3). 

Foto: Vitor Ávila/4oito

Ouça a entrevista na íntegra:

Vereador Nícola Martins levantou o assunto e trouxa à pauta em Criciúma.

Buscando alguns dados do Sul, percebi que o Sul tem um PIB de R$ 45 bilhões, enquanto a serra possui um PIB de R$ 18 bilhões. Porém, ao analisar o PIB per capita, dividindo pela população, o Sul apresenta uma média de R$ 43 mil reais, enquanto a serra atinge R$ 45 mil reais. Há algo estranho nesses números. Vamos tentar compreendê-los melhor. A partir disso, comecei a buscar mais informações, incluindo a participação do PIB de Criciúma e de Içara no Sul. Observamos que Criciúma teve uma queda na participação do PIB no Sul, enquanto Içara registrou crescimento. A partir desses dados, elaborei uma postagem para o Instagram com cinco informações importantes que precisamos considerar. 

O economista e coordenador do curso de Economia da Unesc, professor Thiago Fabris, explicou o por quê de chegar a este ponto. 

O que estamos discutindo é a questão da renda per capita. Essa é uma primeira abordagem em relação à produtividade das grandes regiões como um todo. Mas o que significa essa renda per capita? É simplesmente pegar tudo o que é produzido em um determinado período de tempo. Então, os últimos dados que temos estão relacionados ao ano de 2021. Também precisamos ter informações semelhantes em relação à população. Ao pegarmos um valor e dividirmos pela população total, obtemos uma renda per capita. Isso ocorre porque cada um desses habitantes acaba contribuindo para a produção. Assim, chegamos a um número que representa a renda per capita. Nosso PIB é maior do que o da região serrana. Em uma série histórica que vai de 2002 até 2021, por exemplo, podemos observar as mesorregiões de Santa Catarina. E é nesse aspecto que a renda per capita fica abaixo em 2021. Isso não é novidade quando comparado à Serra Catarinense. Se considerarmos os últimos três anos, 2019, 2020 e 2021, o Sul Catarinense, a mesorregião de Criciúma como um todo, já estava abaixo em termos de renda per capita. Também podemos estar presenciando um processo de imigração, com a população aumentando, o que, em um primeiro momento, acaba reduzindo a renda per capita. No entanto, em qualquer modelo econômico que consideremos em termos de população, isso a longo prazo é benéfico para a região como um todo.

O vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc), José Carlos Sprícigo, se preocupa com a logística e mão de obra.

O que temos que ter como diferencial em Santa Catarina para oferecer, consequentemente, em nossa região, é uma questão de mão de obra qualificada e mobilidade, aliada a uma logística da qual estamos muito carentes aqui no estado. A Fiesc foi contratada pelo governo para elaborar o Plano Estadual de Logística do Transporte (Pelt). Há muitos estudos da Fiesc preocupados com a logística que está prejudicando bastante o nosso estado. A região sul hoje possui uma mobilidade melhor, mas enfrentamos um gargalo, que é o Morro dos Cavalos, e isso pode prejudicar toda a cadeia.

Para o vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Cesar Smielevski, o importante é a geração de riquezas, que segue com um número alto. 

O PIB, na verdade, é a geração de riqueza. Confesso que não me importo muito quando a região serrana ultrapassa a nossa região, porque aqui produzimos algo em torno de R$ 48 bilhões, enquanto a região serrana produz 18. No entanto, nós temos uma população de quase um milhão de habitantes, enquanto a região serrana tem em torno de 250 mil. Então, quando você faz essa divisão, obviamente o valor é um pouco menor. A renda per capita, na verdade, é uma consequência da geração do PIB; estou falando da geração de riqueza. Automaticamente, ela vai subir ou descer conforme o PIB aumenta ou diminui. Não só precisamos atrair empresas para cá, como também gerar empresas aqui e manter as nossas empresas.

O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Valcir Zanette, pensa que o quadro pode ser revertido focando nos pontos-chave da sociedade. 

Na Acic, nós temos eixos nos quais trabalhamos a partir da educação. Entendemos que para o desenvolvimento de uma região, é necessário ter uma boa educação básica, ensino profissionalizante, uma saúde de referência - o que temos aqui -, segurança pública e infraestrutura. Temos trabalhado aqui nas estradas estaduais e federais, acompanhando de perto e nos envolvendo bastante. Acreditamos que, com isso acontecendo, teremos a continuidade do crescimento da região sul e, em seguida, falaremos um pouco sobre a transição energética justa, que é algo em que acreditamos muito.

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