Na semana passada, um caminhão se chocou contra um poste na Rua Marechal Deodoro, no Centro de Criciúma, deixando parte da cidade sem energia por horas.
O fato acende um assunto: porque não investir na substituição da rede aérea pela rede subterrânea. O chefe da divisão Sul da Celesc, Zulnei Casagrande, destaca alguns pontos sobre o assunto. Um deles é o custo. “O custo é 10 vezes maior que a rede convencional. Qualquer metro de rede subterrânea é uma fortuna, a tradicional já é uma fortuna. A questão dos materiais é o que pega. Materiais de fabricação nacional são poucas opções, então muita coisa é importada. Exige tecnologia e muitos projetos, cálculos e é preciso ter cuidado na instalação dos equipamentos. A parte de fio é bastante complexa, tem que fazer escavação, colocação de tubulações, não são materiais de uso comum. Isso tudo deixa mais caro. Depois de tudo instalado também, tem que fazer uma bateria de testes. Tudo tem que ser levado em consideração. Se o local está sujeito a inundação e quando acontecer nada pode falhar. Todos estes aspectos constituem para o encarecimento deste tipo de rede, mas se tivessem investimentos maciços os preços cairiam”, salienta.
Em Criciúma há rede subterrânea somente na Praça Nereu Ramos e em algumas ruas ao seu entorno. “A rede subterrânea tem ótimas vantagens, as aéreas estão expostas a intempéries, vegetação, objetos que caem de construções, são bastantes vulneráveis. A subterrânea, a tecnologia disponível no mercado e vem, para resolver este tipo de problema, além de colaborar com o visual”, diz.
Quem banca o investimento
Ainda envolvendo os custos, outro fator é quem paga pelo investimento, que conforme Casagrande é o interessado na obra. “Todo o investimento que as concessionárias fazem em redes são bancadas pela tarifa. Uma substituição em massa das redes áreas para terrâneas hoje vai ocasionar um reflexo grande na tarifa. O investimento tem que ser pago. Para ser resolvido este problema, a Agência Nacional de Energia Elétrica regrou o assunto em que a parte interessada deve arcar com os custos. Os investimentos em outras regiões foram arcados pelos municípios, é claro que pode ser feita uma parceria, mas alguém tem que bancar e não é a concessionária”, enfatiza.