A proposta de reestruturação na Celesc prevê que a macrorregião do Sul do estado tenha sede em Tubarão. A decisão, que ainda está em estudo, provocou reação no prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), que aproveitou que já estava em Florianópolis e se reuniu com a direção da empresa. Um documento, assinado pelos demais prefeitos da AMREC, será encaminhado nas próximas horas solicitando que a opção seja revista.
De acordo com o secretário executivo da AMREC, Acélio Casagrande, que também participou da reunião, a empresa tem encontro agendado para segunda-feira para tratar da reestruturação. “Por isso, temos que fazer que esse documento chegue até a Celesc antes de segunda-feira”, avisa Casagrande.
Conforme a proposta, a regional de Criciúma não seria fechada, como se cogitou, mas perderia poder de decisão, precisando se reportar a Tubarão e não mais diretamente com a sede em Florianópolis. “Se for para o Sul ter uma macro, que seja em Criciúma”, assinala o secretário executivo da AMREC.
Atualmente a Celesc possui 16 regionais espalhadas por Santa Catarina. A proposta transforma de seis a sete em macrorregionais e as outras seriam submetidas a essas com estrutura maior. Antes mesmo de participar do encontro com a diretoria da Celesc, Salvaro emitiu nota na qual classificou a decisão da Celesc como absurda. “Se isso acontecer, os municípios da AMESC e AMREC estariam subordinados a agência do município vizinho. Um absurdo, já que das regionais da Celesc, Criciúma é a primeira em faturamento no Sul”, lembrou.
E é o desempenho da regional de Criciúma em comparação com a de Tubarão que não justifica que a cidade da Amurel fique com a macorregional. Das 16 regionais, que são divididas em oito de maior porte e oito de médio porte, Criciúma tem o melhor desempenho entre as maiores e o segundo melhor entre todas. Já a de Tubarão aparece nas últimas posições.
Além disso, Criciúma é a maior cidade do Sul de Santa Catarina com 211 mil habitantes e tem o maior desempenho econômico entre os municípios da região.
Troca de endereço e de comando
Após forte reação do prefeito de Criciúma, a assessoria de imprensa do presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, garantiu que não haveria o fechamento da regional de Criciúma, mas sim a troca de endereço da Rua Lauro Müller para a Avenida Centenário.
Também há troca de comando. Sai Enaldo dos Santos e Bárbara Citadin assume a gerência regional. A alteração acontece em 1º de março. O gerente técnico Jânio Canella também deixará o cargo.
Depois da Casan, a Celesc
Esse será o segundo embate de Criciúma com o Governo do Estado. O primeiro foi com a Casan. O prefeito Salvaro chegou a ameaçar o rompimento caso não seja concedido o desconto de 40% na taxa de esgoto, que atualmente é de 100% em cima da tarifa da água; revisão do valor cobrado pela água; e o repasse de 7% dos royalties para investimentos em saneamento.
A Casan tem até o dia 28 de fevereiro para dar uma resposta. Enquanto isso, já está sendo realizado estudos sobre os custos de captação, tratamento e distribuição da água e não é descartada a criação de um consórcio entre Criciúma, Siderópolis, Forquilhinha, Nova Veneza, Içara e Maracajá, que são os municípios abastecidos pela Barragem do Rio São Bento. Com a Celesc a questão é fazer com que a macrorregional do Sul tenha sede em Criciúma.