Após mais de três horas, com a leitura das 430 páginas, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos casos da Lava-Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, votou pela condenação de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele considerou que as provas eram suficientes, que o ex-presidente matinha o esquema de corrupção na Petrobras e é culpado no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Gebran propôs pena de 12 anos e um mês, ante os nove anos e seis meses idealizados na condenação por parte de Sério Moro, ou seja, dois anos e sete meses a mais de pena. A pena de Lula é referente a oito anos e quatro meses de prisão pelo crime de corrupção e três anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro, além de 280 dias-multa.
Segundo os argumentos de Gebran, não é necessário um ato de ofício para confirmar os envolvimentos de Lula. Para o desembargador, o político indicava pessoas-chaves, para atuar em cargos que movimentassem a corrupção.
A defesa de Lula havia entrado com 30 motivos para cancelar o processo. Gebran justificou todos eles, divididos em 13 itens. Finalizando, o desembargador confirmou o seu voto a favor da condenação.
No mesmo processo, Gebran Neto manteve a pena de Léo Pinheiro em três anos, seis meses e 20 dias de prisão, regime inicial semiaberto, mais 70 dias-multa. Já Agenor Franklin teve pena de um ano, dez meses e sete dias de prisão, em regime aberto, mais 43 dias-multa.
Para que a condenação seja definida, restam os votos do relator Victor Laus e de Leandro Paulsen. As prisões só poderão ser realizadas após esgotadas todas as possibilidades de recurso.