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Restaurantes e hotéis já demitiram 20%, calcula empresário

Na hora da refeição a clientela diminuiu bastante e a maioria está optando por levar a comida para casa

Denis Luciano / Guilherme Nuernberg Criciúma, SC, 27/04/2020 - 17:27 Atualizado em 27/04/2020 - 17:30
Fotos: Guilherme Nuernberg / 4oito
Fotos: Guilherme Nuernberg / 4oito

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Perto de completar uma semana da reabertura, os restaurantes ainda tentam se reerguer das duras perdas sofridas com a pandemia de Covid-19 e as medidas restritivas de isolamento social. "É um mundo antes e outro mundo agora, no meio dessa pandemia. O meu medo é que possivelmente vá piorar", afirma o empresário Leandro Vetorazzi, proprietário de uma churrascaria e uma cantina em Criciúma. 

A perda de empregos no segmento já é grande. "Como representante da Via Gastronômica Criciúma temos hoje hotelaria e gastronomia com 10 mil empregos diretos, a gente tinha isso. Penso que 20% disso já perderam os empregos, já que muitas empresas, mesmo antes do decreto, já tinham fechado. Isso veio como uma bomba nas nossas vidas", observa. "As empresas que estão trabalhando vão levar no mínimo 90 dias ou até mais para retomar o fluxo, tentando manter o mínimo possível do quadro de funcionários", pondera.

Além disso, os clientes não estão aparecendo desde quarta-feira, 22, quando da reabertura permitida pelo Governo do Estado mediante rigorosas regras. "Essa baixa já era esperada, mesmo retornando, da maneira como está no decreto dificulta bastante para que as pessoas procurem", lembra. Uma das dificuldades apontadas é a distância de 1,5 metro que deve ser mantida entre as pessoas dentro dos restaurantes. "Mesmo tendo a segurança do prefeito, do secretário, de que os restaurantes não seriam multados pela Vigilância Sanitária, o cliente está com muito medo ainda. Ele prefere vir buscar para comer em casa do que vir para o restaurante. Vai demorar para ter um fluxo parecido com o que tinha antes da pandemia", observa Vetorazzi.

Com a clientela em baixa, e os poucos que aparecem optando por levar a comida para consumir em casa, a cena comum no horário do almoço é de restaurantes vazios e trabalhadores a caráter, com máscaras, luvas e o álcool gel por perto. "Essa é a nova realidade. Para poder trabalhar tem que ser dessa maneira. A Vigilância Sanitária orienta assim. Para nos adaptar às normas não foi difícil, colocar máscaras, luvas, álcool gel, já virou costume. Todas as casas da Via Gastronômica estão seguindo rigorosamente as normas do decreto", conclui Vetorazzi.

Baixou 70%

No restaurante do empresário Jorge Rocha, na Rua Marcos Rovaris, a queda foi brutal no faturamento. "Eu vendia 120 a 140 almoços por dia, agora vendo 40 em média, baixou praticamente 70% do faturamento, do giro do restaurante. Além do giro que diminuiu, tem também os mensalistas, que almoçam e pagam no fim do mês. Essas pessoas nem estão mais aparecendo", destacou. 

Rocha apostou na redução do preço do alimento para tentar atrair clientes. "Tem muitos relatos de salários atrasados. O único jeito de sair disso tudo é trabalhando. Baixamos os preços para chamar os clientes, vamos investir em publicidade para anunciar essas promoções", comentou. Como nos demais estabelecimentos do ramo, os funcionários estavam a postos às 12h, para servir almoços, mas não havia nem dez pessoas no local. O distanciamento entre as mesas tornava-se praticamente inútil, já que com tão pouca gente os consumidores naturalmente se acomodavam distantes um do outro.

Ouça as informações do repórter Guilherme Nuernberg no podcast:

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