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A juíza substituta da 1ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma, Caroline Freitas Granja, condenou dois homens e uma mulher pelo latrocínio que vitimou Claudionor Valvassori, de 56 anos, no último dia 27 de janeiro, no Bairro Recanto Verde. De participação no crime ainda foram acusados outros dois indivíduos, que seguem foragidos, e há envolvimento de um adolescente.
Em relação aos réus já julgados, todos os três responderam pelo crime de latrocínio – roubo seguido de morte – e corrupção de menores. Rita Zeferino Delfino foi condenada a 21 anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de dez dias-multa. Já Richard Zeferino Parreira e Daniel Jerônimo Antônio tiveram penas fixadas em 21 anos e quatro meses de reclusão cada, em regime também fechado, além do pagamento dos mesmos dez dias-multa.
Aos três, a magistrada negou o direito de recorrerem em liberdade. “Diante da ação violenta praticada em face da vítima, tratando-se de um senhor debilitado, de idade um pouco avançada, somando-se a condição em que deixado pelos agentes - ao léu e à própria sorte – amarrada e amordaçada, em avançada hora da noite, mesmo sabendo se tratar de pessoa que vivia sozinha na casa, ou seja, que tão breve não poderia ser socorrida, tornam perfeita a subsunção da conduta imputada aos réus”, argumentou, na sentença.
Além disso, conforme a juíza, no julgamento ficou evidente que os réus praticaram o roubo e assumiram o resultado. “Ademais, ainda que a morte tenha se dado posteriormente e a causa mortis apontada no laudo pericial tenha sido infarto do miocárdio, viu-se que atestada que decorrente do estresse agudo grave - dado à violência empregada e as condições em que ficou a vítima – amarrada pelas mãos, pés e boca”, completa.
Relembre o caso
No dia 27 de janeiro de 2018, Claudionor Valvassori foi assaltado na própria residência, no Bairro Recanto Verde, amarrado e amordaçado, e morreu por conta de um infarto agudo do miocárdio, causado pelo grave estresse que passou durante o assalto.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 13ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, a mulher mantinha um relacionamento amoroso com Claudionor e, em razão disso, repassou aos demais informações sobre ele e sua casa, já pensando em efetuar o roubo. “Foi assim que, no dia 27 de janeiro de 2018, entre 19h19min e 22h49min, a denunciada efetuou ligações para a vítima, objetivando que essa se dirigisse até sua residência, a fim de deixar o local livre para a prática delitiva”, afirmou o promotor Guilherme Back Locks.
No entanto, próximo às 22h49min daquela noite, de acordo com o Ministério Público, os quatro homens denunciados (sendo os dois já condenados e outros dois que permanecem foragidos), juntamente com um adolescente de 17 anos, foram até a casa de Valvassori, entraram na residência e o encontraram no quarto. Ao perceber que se tratava de um assalto, a vítima tentou reagir, momento em que foi agarrada pelo pescoço, amarrada e amordaçada.
Objetos foram roubados, bem como o veículo Renault Sandero de propriedade da vítima, com o qual os assaltantes fugiram. Claudionor foi deixado imobilizado dentro da casa e, segundo laudo pericial, sofreu um infarto agudo do miocárdio por volta de 6h do dia seguinte - 28 de janeiro - causado pelo estresse agudo grave originado da ação dos denunciados.
Horas depois, por volta das 13h do dia 28 de janeiro, o automóvel que havia sido roubado na ação criminosa foi encontrado pela Polícia Militar de Criciúma, abandonado no Bairro Mina Quatro. O irmão da vítima foi até o local, reconheceu o veículo e, em seguida, dirigiu-se até a sua casa, onde encontrou o homem já sem vida.
