Revigoração apresenta-se como oposição no Conselho do Tigre

Nesta segunda-feira, 31, a Rádio Som Maior promoveu um debate entre as duas chapas postulantes às 195 cadeiras no Conselho Deliberativo (CD) do Criciúma Esporte Clube: a Criciúma Mais Forte e Revigoração. A eleição para o CD será no dia 10 de junho. Participaram do debate no Programa Adelor Lessa um representante de cada lado: Marinho Búrigo, pela Revigoração, e Ailton Schuelter, pela Criciúma Mais Forte.

Aproximadamente 500 sócios patrimoniais estão aptos para a votação. Uma vez eleita, a chapa vencedora organiza as 195 cadeiras em disputa e terá pela frente a formação da mesa diretora. Confira as principais propostas e posicionamentos apresentados pela Revigoração no debate:

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Apresentação

Marinho Búrigo destacou a chapa Revigoração como de oposição ao CD atual. "A Revigoração é a mesma que venceu as eleições há 12 anos. É a voz dos que não foram ouvidos no Conselho. Da torcida que foi silenciada no estádio Heriberto Hülse pelo hino do Criciúma. Dos quase cinco mil sócios patrimoniais que existiam e se foram, restam pouco mais de 500 ativos", apresentou Búrigo. 

Ele acrescentou: "A Revigoração é formada, no seu cerne, por pelo menos sete pessoas com formação em gestão de esporte. Tem uma gama de advogados que estão desde o dia 13 de maio de 2020 debruçados sobre o estatuto do Criciúma pensando o futuro, advogados que inclusive estão apoiando o Anselmo Freitas na executiva nesse resgate".

Valores

Segundo Marinho Búrigo, a Revigoração defende uma maior abertura ao torcedor no CD. "Competência, equidade, democracia, tradição e transparência, coisas que foram jogadas fora no processo do Conselho Deliberativo nos últimos anos. O CD aceitou um aborto jurídico, do presidente ser o mesmo gestor do clube. Os que se manifestaram contra essa situação nunca foram ouvidos", disparou.

"As reuniões da Acic que definem o futuro do Criciúma não são as reuniões do Conselho. Coisas como o distrato são empurradas goela abaixo do Conselheiro, com cláusula de confidencialidade, não permitindo que a gente tenha acesso", acrescentou.

Estrutura e mau desempenho do futebol

A Revigoração mantém um discurso crítico à última gestão do Criciúma, especialmente no contrato entre a GA e o clube durante o mandato de Jaime Dal Farra. Segundo Marinho Búrigo, a estrutura e o futebol do clube foram prejudicados nos últimos anos. 

"O Criciúma tem uma estrutura deficitária, que foi entregue aos trancos e barrancos para o presidente Anselmo Freitas, que reforma o CT há quatro meses sem parar. O Criciúma não tem estrutura organizacional para fazer sua estrutura funcionar e o Conselho não averiguou, mas sim assistiu a depalperação do patrimônio acontecer", apontou.

"A queda do futebol em 2021 é resultado da má condução do Conselho Deliberativo em 2020. O CD ficou afagando o ex-presidente Dal Farra até o dia 31 de dezembro, às 22h30 quando levaram o distrato, confidencial, para o Jaime assinar. O que se colheu no futebol é a ausência do Conselho, que foi omisso. A Revigoração é a oposição, tem cerca de 70% de renovação do CD e os 30% eram aqueles que não foram ouvidos na mesa diretora".

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Contrato com a GA

Segundo Búrigo, houve dois momentos no contrato firmado com a GA: um com Antenor Angeloni, quando a Revigoração era situação no CD, e outro com Jaime Dal Farra, quando já não estava mais no comando do Conselho.

"O contrato da GA foi feito pelo advogado Albert Zilli, com anuência do advogado Paulo Miranda, advogado do Conselho. Zilli foi um dos responsáveis pelo aborto jurídico, ele que representava ao clube e à empresa que administrava. Os interesses do Criciúma ficaram muitos anos relegados à segunda instância. Sempre os interesses da empresa estavam na frente. Há uma carta do presidente Anselmo dizendo que encontrou o patrimônio em péssimas condições", citou Búrigo.

Participação do torcedor

"Precisa ser resgatada a história do clube. Na transição de Comerciário para Criciúma Esporte Clube houve uma guerra, no ginásio Colombo Salles, onde grande parte não queria essa transição proposta pelo Antenor Angeloni de um clube com capacidade para representar a cidade. Hoje acontece a mesma coisa, por um estatuto defasado, o clube está fechado em si mesmo", ressaltou Marinho Búrigo sobre a participação da torcida no Tigre.

Ainda de acordo com o conselheiro, há a diferença de postura entre as duas chapas concorrentes. 

"A chapa de situação quer manter o status quo e a Revigoração defende abrir o clube para a torcida. Aconteceu em vários clubes Brasil afora, em adaptação à nova legislação. Bahia, Internacional, Grêmio fizeram isso. O Criciúma não tem o futuro decidido pelo Conselho, tem sido decidido nas reuniões em que 30 empresários determinam regras e depois deixam o presidente na mão.Não adianta ter estrutura se não tiver gestão corporativa, cultura organizacional, valorização do profissional que trabalha lá dentro", apontou. 

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Contra alienação de bens do clube

Em relação a investidores, Marinho Búrigo mostrou-se contrário à cessão de patrimônio do clube para a captação de recursos. "Posso garantir que em nenhum momento foi discutido alienar um bem do clube, nunca foi debatido o espólio do patrimônio, até mesmo porque a questão de como será conduzida a preservação do patrimônio, cabe apenas ao CD a observação e aprovação destes fatos. Quem negocia o pagamento do IPTU, por anos devido à prefeitura, assim como outras situações, é o executivo. Era uma obrigação do ex-presidente Jaime", concluiu.