Os técnicos Roberto Cavalo e Wilsão foram os convidados do Debate Aberto, da Rádio Som Maior, desta sexta-feira, 4. Sim, ambos treinadores: a palavra é do próprio Cavalo, contratado para ser o comandante principal da comissão técnica. "No curso da CBF que eu participei do ano passado, tinham palestras italianos e alemães que diziam: não existe isso de auxiliar, todos são técnicos. Então sim, eu e Wilsão somos os técnicos do Criciúma", falou o treinador.
Além do relacionamento com o Wilsão, Cavalo falou sobre o perfil dos jogadores do Tigre, a falta de gols e de criação da equipe e o aproveitamento das categorias de base, que pode crescer nesta Série B com a dificuldade do clube em trazer reforços.
Base
Dos 22 jogadores do elenco do Tigre, dez são da base. Formar jogadores em casa pode ser mais barato e até trazer resultados melhores do que contratações de outros mercados do Brasil. Cavalo mostrou-se satisfeito com o que viu:
Nós ficamos muito felizes com os oito jogadores da base que viajaram pro jogo contra o Goiânia. Em todos os clubes que eu passei, valorizei muito a base. O Criciúma poderia estar melhor já nesse sentido, mas talvez algumas pessoas que passaram não valorizaram da maneira que deveria. A base faz a diferença, porque quando contratação não dá certo, o jogador fica ali te dando despesas e tirando oportunidade dos que querem chegar. Vamos rever a utilização da base, já foi falado com o Jaime (dal Farra)", conversou o técnico.
Identidade
O futebol do Tigre daqui para a frente seguirá o que foi visto nos cinco jogos com Wilsão e nos dois com Cavalo como técnico: um meio-campo intenso, com quatro jogadores no setor.
“O Wilsão definiu quando assumiu o Criciúma. A gente conversa muito; é um sistema que foi começado pelo Wilsão, reforçando o meio de campo. O que cria a identidade é a manutenção dos atletas, com o rendimento e sempre exigindo um pouco mais", apontou Cavalo.
O treinador transpareceu entusiasmo com o começo de trabalho e projetou ainda uma evolução no desempenho. "Fomos bem contra o Botafogo, contra o Vila Nova tomamos um gol que não poderíamos ter tomado. Vamos treinar mais a bola parada, porque tomamos dois gols de cabeça fora de casa. Estamos no caminho certo, não vai mudar muito isso, mas vai melhorar", prometeu.
Falta de gols
O Tigre tem o pior ataque da competição. Fez apenas 18 gols em 26 jogos. Na avaliação de Cavalo, não é apenas um fator que contribui para o baixo desempenho ofensivo: o time cria pouco e aproveita pouco as chances que cria.
"Tem que criar mais e aproveitar melhor as jogadas. Qual chance que teve o Léo Gamalho na cara do gol? Não criamos tanto. Quando o adversário marca o Daniel Costa, que é a cabeça pensante, você tem pouca criação. Vamos dando moral aos jogadores, pra ganhar confiança", avaliou o técnico.