Em meio a notícias negativas como a pandemia e o vendaval de semanas atrás, uma boa informação vem do campo: a safra do arroz no Sul catarinense bateu recorde de produtividade. A média é de 8,4 quilos por hectare ou aproximadamente 170 sacos por hectare, o que significa um aumento de 13% em relação à safra do ano passado.
Amrec, Amesc e Amurel são as principais regiões produtoras do estado, concentrando 65% da área de produção de Santa Catarina, com mais de 99,6 mil hectares. A região de Criciúma foi a que apresentou maior produtividade, com 175 sacos por hectare, um crescimento de 22% em relação ao ano passado. A segunda foi Araranguá, com 172 sacos por hectare, 15% a mais que ano passado e Tubarão teve 156 sacos por hectare, crescimento de 5%. “Fatores como o alto nível tecnológico aplicado pelos produtores, o uso de cultivares com alto potencial produtivo colaboraram com esta produtividade. Além disso, o clima altamente favorável, com temperaturas amenas e alta incidência de radiação solar permitiram às plantas expressarem seu máximo potencial produtivo”, destaca o Engenheiro Agrônomo e coordenador do Projeto Arroz no Sul Catarinense, Douglas George de Oliveira.
Aproximadamente 12% dos agricultores entrevistados tiveram lavouras que superaram as 10 toneladas por hectare. A média da região dos últimos dez anos está abaixo das 7,5 toneladas por hectare.
Coordenação
Anualmente a Epagri coordena o trabalho de levantamento da safra de arroz irrigado nas regiões produtoras de Santa Catarina. O trabalho conta com a participação de entidades parceiras no levantamento das informações diretamente dos produtores. Nesta safra foram entrevistados 670 agricultores, sendo que além de informações de produtividade, são anotadas informações sobre as tecnologias e também problemas enfrentados durante a lavoura de 2020. “Esses resultados demonstram o grande crescimento do setor arrozeiro, especialmente no desempenho das lavouras, mas também na busca pela maior eficiência de toda a cadeia, que é motivo de orgulho para o estado de Santa Catarina, o segundo maior produtor brasileiro deste cereal”, cita.
As cultivares mais utilizadas pelos agricultores foram desenvolvidas pela Epagri. Isso reforça a importância da atuação da empresa pública na cadeia produtiva do arroz, bem como a associação dos produtores da semente do tipo Acapsa que produzem e fazem chegar aos produtores as variedades criadas pela Epagri. “Contudo, a grande radiação foi possibilitada pela ausência de dias com chuva. Isso reduziu a disponibilidade de água para as lavouras, sendo este um dos problemas mais relatados pelos produtores, reforçando a importância da armazenagem e melhoria na eficiência de uso da água na lavoura arrozeira. Nesse sentido, o Governo de Santa Catarina através do Projeto Irrigar, subsidia o agricultor na construção de açudes para reserva de água nas propriedades”, finaliza Oliveira.