Com a característica de ser um investimento sólido e seguro, a construção civil está sendo um bom atrativo também durante a pandemia. Na Região Carbonífera, o setor terminou 2020 com saldo positivo, o que mantém o otimismo para o ano que se inicia. "A construção civil sempre foi um setor bom para o investimento, principalmente por conta da segurança e da solidez, características do imóvel. Então, sempre terá esse atrativo. Além disso, a queda de juros torna a construção civil ainda mais atrativa, com o mercado financeiro voltando os olhos para o setor, devido às projeções de um retorno melhor do produto ofertado", reforça o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul Catarinense (Sinduscon), Mauro Cesar Sônego.
De acordo com ele, mesmo com o aumento no preço dos insumos, a alta ainda não foi repassada para o preço de venda dos imóveis, e há um interesse maior pelas unidades que estão em estoque ou próximas da conclusão. "Nossa previsão para o setor em 2021 é positiva, otimista, mas cautelosa. Acreditamos que não devem aumentar muito as vendas, mas o cenário deve se estabilizar. A construção civil é o primeiro setor a ser movimentado, por conta da rapidez com que consegue acelerar o reaquecimento do mercado, principalmente em nível de empregos. Por muito tempo, durante a pandemia, a construção civil foi o único setor com saldo positivo na geração de empregos", destaca Sônego.
Reação no setor metalúrgico
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Criciúma (Sindimetal), José Carlos Sprícigo, também confia em um ano positivo, com crescimento do PIB de até 3%. "Acreditamos em um crescimento do PIB e isso é importante para retomar a economia, assim como uma estabilidade maior nas contas fiscais do governo. A maior dúvida é esta: como equilibrar um déficit de R$ 800 bilhões. Vamos acompanhar a reforma tributária e a reforma administrativa, que poderiam trazer um ânimo maior e confiança ao investidor internacional. Acreditamos em um ano positivo, com crescimento de PIB de até 3% e o dólar até R$ 5,20", projeta.
Ele lembra que o setor metalúrgico da região foi muito afetado com o lockdown de março e abril, com uma queda aproximada de mais de 30%. "Porém, depois o segmento veio em franca recuperação, motivada pelas medidas protetivas do governo, como a prorrogação de impostos. Os próprios bancos deram um fôlego maior às empresas, prorrogando o vencimento das contas", explica.
O auxílio emergencial alavancou o mercado no ramo de transportes, com o aumento das vendas on-line, o agronegócio e a mineração. Isso refletiu em indústrias da região. De acordo com Spricigo, as indústrias metalúrgicas são fornecedoras de empresas desses setores e também da construção civil, que vive um cenário de alta. "As dúvidas vêm por conta do fim do auxílio emergencial. Acreditamos que até meados de abril deste ano devemos ter um mercado muito bom e, partir daí, deve diminuir um pouco", avalia.