A prefeitura de Criciúma se reuniu na noite de quinta-feira, 2, para definir ações do plano econômico neste período de quarentena decorrente da pandemia do coronavírus. O prefeito Clésio Salvaro admitiu que uma das medidas é pressionar o governo do Estado para que haja a reabertura do comércio e da volta dos trabalhadores fora da área de risco a partir da semana que vem.
"Tenho decreto até o dia 6, vou lutar e defender, ligando os prefeitos de outra cidade para liberar o comércio, de forma responsável, para que tudo retorne ao normal. O grupo de risco vai ficar afastado, o empresário é responsável. Essa é a nossa defesa. O combate constante e frequente, incansável ao vírus, e que procure retornar as coisas ao normal", disse Salvaro em entrevista ao Programa Adelor Lessa, desta sexta-feira.
Salvaro ressaltou que não haverá demissões no município e nem atraso dos salários. De acordo com o prefeito, a receita caiu 82% neste mês de março e a previsão é de que o repasse do ICMS caia 80% em abril. "É uma verdadeira catástrofe nas contas públicas. Se não tem impostos, não tem como pagar os serviços. Por isso a nossa luta de continuar combatendo o coronavírus, compramos 10 mil testes rápidos, estamos preparando o hospital de retaguarda e temos os dois centros de triagens. Mas nós vamos vencê-lo", afirmou.
O governo do Estado mantém o decreto, pelo menos, até o dia 8 de abril, quarta-feira da semana que vem. Salvaro especula uma reabertura a partir da segunda-feira, dia 6. "O governo do Estado tem mostrado muito hábil com relação às medidas restritivas. As medidas preventivas nem tanto. É natural que o Estado faça suas contas e apresente algo como contrapartida para que essa roda volte a girar", apontou Salvaro. A nota da prefeitura de quinta-feira indicava uma redução do salário de prefeito, vice-prefeito e primeiro escalão da prefeitura.
"O prefeito poderia fazer um ato demagogo e dizer 'vou reduzir meu salário', mas isso não resolve. Se resolvesse eu trabalharia de graça. Tenho pena de municípios em que o prefeito diz 'to cortando meu salário', como se isso fosse resolver", desconversou Salvaro. "Mais de 5 mil pessoas dependem da prefeitura. Vamos definir com os secretários que não vamos demitir ninguém e fazer de tudo para não atrasar salário. Nesse meio termo, tudo pode acontecer, absolutamente tudo", concluiu.