É comum encontrar na Satc gerações que passaram pela instituição. O avô foi aluno, o pai também e agora o filho circula pelo colégio. Em 62 anos de atividades, comemorados neste domingo, 2 de maio, a Satc contribui para formar e transformar pessoas por meio da educação. Na memória, as lembranças dos momentos vividos na instituição são muito presentes para Morgana Rocho Pereira. Ex-aluna da Satc, hoje é ela quem traz o pequeno Arthur, de 6 anos, pelos corredores do Colégio.
A história de Morgana na Satc começou no 5º ano do ensino fundamental e perdurou até o ensino médio, onde ela também concluiu o curso técnico. O nível de qualidade no ensino foi o motivo que fez ela optar pelo colégio. "A instituição tem uma metodologia adequada que está contribuindo muito no desenvolvimento do Arthur", afirma.
Arthur faz parte do grupo de mais de 4,5 mil estudantes que passam pela Satc. E, mais do que aprender, formam laços para uma vida inteira. Em meio ao burburinho dos colegas no intervalo, Vinícius de Mattia, 11 anos, se concentra na leitura de mais um livro. Sentado no palco do pátio do ensino fundamental, o estudante do 6º ano nem se incomoda com o barulho. "Gosto de ler, já li vários livros", conta.
O incentivo veio dos pais, que compraram os primeiros exemplares. Ele também afirma que já pega seus títulos na biblioteca da instituição, procurando por aqueles que são os preferidos, como os exemplares de "Diário de um banana". "Gosto de estudar na Satc. Aprendo e tenho muitos amigos", afirma Vinícius.
Se a história começou em 1959 com os pioneiros frequentando os cursos de aprendizagem industrial, hoje são centenas que estudam na educação infantil, passando pelo ensino básico, formação técnica e ensino superior. Estudantes que se tornam colaboradores como o Max Gabriel Steiner que chegou para cursar o ensino médio em 2010. Dessa fase até agora são 11 anos de dedicação aos estudos que culminaram com a entrega do primeiro diploma de mestre formado na UniSatc.
"Desde o primeiro momento que entrei fui muito bem acolhido e sempre tive o desejo de poder trabalhar aqui. Sinto que foi bom demais poder vivenciar isso tudo e que há muito a vir ainda pela frente. Tenho amor demais pela escola e satisfação em fazer parte da história dela", ressalta Max, que após ser aluno, hoje é professor da graduação, pesquisador e colaborador da instituição.
História construída a muitas mãos
A instituição nasceu para ser o braço social da indústria carbonífera e, ainda hoje, se mantém dentro desse propósito, abrindo portas para centenas de alunos poderem estudar por meio de bolsas. Em mais de seis décadas de trabalho, a Satc se modificou. Principalmente na área da educação, trazendo novas formas de construção do conhecimento, envolvendo estudantes e professores e se aproximando cada vez mais da comunidade.
Uma grande conquista é a transformação da Faculdade em Centro Universitário Satc. "Quando iniciamos a Faculdade Satc em 2003, se alguém cogitasse que seríamos Centro Universitário, eu não acreditaria. E hoje, após o empenho de muita gente, um processo longo, consolidado e de muita dedicação, conquistamos isso", relembra o reitor da UniSatc, Carlos Antônio Ferreira.
A mudança para Centro Universitário foi formalizada em outubro de 2020 e consolidou o trabalho desenvolvido nas últimas seis décadas. "Nesse período saímos do ensino básico, fortalecemos a formação técnica, o ensino superior e chegamos à pós-graduação. Temos que evoluir sempre, principalmente refletindo tudo o que a educação 4.0 permite que se faça. Nosso propósito é fazer com que a Satc sempre esteja liderando os processos de inovação. E pretendemos que, nos próximos anos, a Satc se torne uma referência no ecossistema de educação e inovação em Santa Catarina", pondera o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan.
Os tempos atuais também ensinaram muito para todos. Professores e alunos tiveram que reaprender a não estar sempre perto. A pandemia do novo coronavírus afastou um pouco em 2020, criou o ensino remoto e trouxe novos jeitos de aprender. Para alegria de todos as aulas voltaram com novos protocolos e medidas preventivas.
O retorno é comemorado diariamente, principalmente nas aulas de educação física. "Pode parecer uma coisa simples, mas na primeira vez que voltei a usar o apito, arrepiou", conta o professor Ademir Adão Alexandre, o Mineirão. Atuando há 11 anos no Colégio Satc, Mineirão, como todos os colaboradores, sentiu a falta de ouvir os gritos, as risadas a conversa entre amigos, a correria nos corredores e campos, os sons que dão vida à Satc.