A ampliação do comércio entre Santa Catarina e o Paraguai foi debatida em seminário, promovido pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta terça-feira (21), em Florianópolis, com a participação de uma comitiva do país vizinho, integrada por representantes do governo e empresários. O presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar, apresentou o perfil da economia catarinense e mostrou o potencial para ampliar o comércio.
"Santa Catarina é um estado pequeno, que venceu obstáculos e encontrou na indústria o seu desenvolvimento socioeconômico. Temos grande oportunidade de estreitar relações com o Paraguai. Estamos aqui para vender e comprar. A complementariedade é importante para agregar valor à nossa produção", disse.
De janeiro a maio, Santa Catarina exportou US$ 135,5 milhões ao Paraguai. Entre os principais produtos destacam-se cerâmica, refrigeradores e congeladores, parafusos, papel kraft, tecidos e tubos de plástico. O estado importou US$ 177,7 milhões do país vizinho, com destaque para carne bovina, milho, condutores para uso elétrico e tecidos.
No encontro, o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, ressaltou que há oportunidades concretas. "Somos aliados estratégicos. Temos consciência de que Santa Catarina é um dos estados que têm muito potencial", disse. Ele informou que, nos últimos anos, foram realizadas reformas que mudaram muito o ambiente de negócios. Como exemplo, salientou que é possível criar uma sociedade anônima em 72 horas, de forma totalmente eletrônica. "O êxito das empresas é o êxito do Paraguai porque elas ajudam a criar riqueza, emprego, renda e transferência de conhecimento", afirmou.
A vice-ministra da Rede de Investimentos e Exportações (REDIEX), Estefanía Laterza, explicou que a entidade está visitando os estados que têm mais oportunidades de complementação com o Paraguai. Na visão dela, com a quebra das cadeias globais de valor, ocorrida por conta da pandemia, é possível trabalhar o comércio regional, construindo cadeias e encontrando as melhores oportunidades para complementação, numa relação ganha-ganha. Ela destacou ainda que há outros fatores importantes entre Brasil e Paraguai como localização, semelhanças culturais, estabilidade política e econômica. De 2004 a 2020, o Paraguai cresceu, em média, 4% ao ano. Entre os setores que estão em expansão destacam-se alimentos e bebidas, têxtil e confecções, químico e farmacêutico, biocombustíveis e energia e autopeças.
A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, destacou que a internacionalização é um eixo estratégico para a FIESC. "Temos a disposição de trabalhar em conjunto para elevar a internacionalização da indústria catarinense", disse.