O comércio exterior catarinense apresentou recorde de valores movimentados no primeiro trimestre deste ano. De acordo com análise do Observatório FIESC, o resultado de US$ 2,5 bilhões em exportações e de US$ 6,7 bilhões em importações foi o maior registrado para o primeiro trimestre de um ano desde o início da série histórica, em 1997. Apesar do valor exportado em março ter registrado um recuo de 2,7% em relação a fevereiro, na série livre de efeitos sazonais, o desempenho do primeiro trimestre é positivo. Os embarques do estado para o exterior nos três primeiros meses do ano cresceram 33,8%, na comparação com o mesmo período de 2021.
"Santa Catarina tem avançado na exportação de produtos com alto valor tecnológico, como é o caso dos motores elétricos. A notícia é positiva porque representa competitividade da nossa indústria em escala global", avalia o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
A exportação de motores elétricos também registrou o maior valor para um mês de março desde 1997, com US$ 63,1 milhões em embarques. O produto representou 5,8% de participação nas exportações do primeiro trimestre e acumula alta de 114,2% na comparação com o mesmo período de 2021. A demanda dos Estados Unidos e da Alemanha vem sendo um grande propulsor para o setor. Somados, os dois países responderam por quase um terço da demanda do produto catarinense no primeiro trimestre do ano.
Carnes de aves e suína lideram no trimestre
No primeiro trimestre, houve uma queda de 7,2% nas exportações de carne suína na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Apesar do recuo, somadas as vendas, as carnes de aves e suína representaram 26,9% do total exportado por Santa Catarina e se mantiveram como os principais produtos embarcados no período. No primeiro trimestre do ano, os dois produtos já somam US$ 676,8 milhões em vendas para o exterior, uma elevação de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
De acordo com análise do economista do Observatório FIESC, Marcelo de Albuquerque, a abertura do mercado do Canadá para o Brasil deve impulsionar novos negócios para a carne suína catarinense nos próximos meses. O movimento deve compensar parcialmente a queda nas exportações para a China, que vem incrementando a oferta interna após surtos de peste suína dizimarem parte do rebanho.