O empresário Luciano Hang anunciará no próximo dia 10 se será ou não candidato a senador em outubro. Em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta quarta-feira, 2, ele adiantou que, se topar buscar uma cadeira em Brasília, não terá candidato a governador. "Eu me dou bem com todos os candidatos, o Antídio (Lunelli), o (Raimundo) Colombo, o (Carlos) Moisés, tem o Fabrício (Oliveira) de Balneário Camboriú, o Jorginho (Mello), vejo que o sucesso de Santa Catarina é que nunca esteve na mão da esquerda", afirmou. "Se eu optar por algum partido político, eu não farei campanha política para nenhum governador. Eu só jogarei o campeonato nacional, não jogarei o campeonato estadual, não vou entrar em mais de uma guerra. Eu vou é apoiar o Governo Federal para fazer as grandes mudanças estruturais que o Brasil precisa", enfatizou.
Luciano deixou claro que, em sua avaliação, só há a possibilidade de concorrer ao Senado ou se manter no ativismo político. "Não serei candidato a governador, não serei candidato a deputado federal, fico com o convite do presidente para a candidatura à majoritária de senador de Santa Catarina para o Brasil para ajudar a fazer as mudanças estruturais do país, o país indo bem os estados vão bem", acrescentou.
Deixando a entender uma clara tendência pela candidatura, o empresário sublinhou diversas vezes as linhas que defende. "Santa Catarina tem o tamanho da Suíça, pode ser a Suíça brasileira reduzindo cada vez mais a máquina pública, fazendo mais com menos, reduzindo impostos, poderíamos agora estar baixando impostos no gás, combustível, energia elétrica, os impostos incidem em toda a cadeia produtiva", referiu. "Santa Catarina pode trazer cada vez mais o empresariado brasileiro para cá. Eu sou favorável à municipalização, menos Brasília e mais as cidades", destacou. "O Brasil não anda pelos burocratas e principalmente pelos ecochatos, sem falar no ativismo político no Judiciário atrapalhando o desenvolvimento do Brasil", completou.
Escolha partidária
Luciano Hang tem sido cogitado por diversos partidos. Ele não os enumera, mas reconhece que são inúmeros convites. "Ontem me ligaram mais alguns partidos, esse é o primeiro passo, escolher um partido. Tenho que estar filiado até 2 de abril e depois até 2 de agosto é o segundo passo, de realmente confirmar a candidatura. É uma escolha difícil, eu tenho que analisar um partido coligado com o presidente e não possa pular para outro lado, imagina eu defendendo uma bandeira e o partido do outro lado", observou.
Ele deixou claro que gostaria de ser um candidato independente. "Não pode haver no Brasil candidatura independente, lamentavelmente, o partido é o veículo para chegar em qualquer lugar, mas as pessoas precisam votar na pessoa. Na política brasileira as pessoas tentam encontrar os defeitos das pessoas. Eu quando contrato um colaborador, eu tento encontrar tudo de bom que essa pessoa tem", destacou.
E começou a disparar suas críticas contra o ex-presidente Lula, um dos seus alvos principais. "Qual a capacidade do presidente Lula de fazer alguma coisa? Sempre dividiu a população em raças, em credos, em classe social, e o que ele fez da vida? Quantos empregos gerou? O que ele somou para o nosso país? Temos que olhar o candidato para ver se ele tem condições de ocupar algum espaço em algum lugar", afirmou.
Bolsonaro pediu pra filiar no PL?
Luciano confirmou que recebeu do presidente Jair Bolsonaro o pedido para se filiar ao PL. "Todos os presidentes de partidos que tenho conversado, eles têm convidado e citado o presidente. Mas eu tenho que ver a posição do partido perante ao presidente, se realmente vai estar em agosto com o presidente e o que esse partido propõe para o nosso país", afirmou.
"É uma decisão difícil, não só a decisão de eu ser candidato mas, nesse momento, pra qual partido eu vou. Se for", enfatizou.
Críticas ao PT
"Não foi de graça que chegamos no fundo do poço. Os maus políticos tomaram conta da política. Deixamos que incompetentes e inescrupulosos adentrassem aos governos e se apropriassem do poder", registrou Luciano. "Esse é o ano pra gente virar a chave e mudar o país. Depois de 16 anos da petezada, da esquerda, que dominou o Brasil desde 2002 e entregaram o poder quebrando o país", salientou.
O empresário atacou diretamente o PT. "O PT foi aquele filho pródigo que ganhou uma fortuna em 2002, torrou a fortuna, entregou quebrado em 2016, 15 milhões de desempregados, milhões de empresas quebradas, e agora quer voltar e tomar o resto, e nós não podemos deixar", disse. "Desde 2018 o Brasil mudou, o brasileiro mudou a concepção, o pensamento. Hoje a população discute todos os problemas do país e é dessa forma que nós vamos pegar um novo caminho e mudarmos o nosso Brasil", emendou.
Ser candidato em 2022
Luciano Hang lembrou do encontro que teve com Jair Bolsonaro em 2021, quando ouviu o apelo mais contundente para concorrer nesse ano. "No ano passado, quando visitei o presidente, ele disse que precisamos de mais senadores, que ninguém é super homem, que ninguém vai mudar o Brasil sozinho, precisamos de mais deputados federais também para colocar o Brasil nos trilhos", lembrou. "O Brasil veio num processo de socialismo por décadas. As universidades foram tomadas, os departamentos governamentais, a educação tomadas. Muitos que foram entrando na política, governadores de esquerda, esses caras estão sentados hoje lá no Senado", detalhou.
Para Luciano, "o bolo está contaminado", ou seja, o presidente precisa de mais apoiadores no Legislativo para seu projeto de um segundo mandato. "O presidente foi a cereja do bolo, mas o bolo está contaminado. Durante o ano passado eu pensei no assunto, no fim do ano saiu uma pesquisa que colocava o meu nome em primeiro lugar. Até o dia 10 eu vou tomar essa decisão, uma decisão difícil para mim, temos uma empresa de 22 mil colaboradores, que vai faturar R$ 15 bilhões esse ano, a minha responsabilidade com esses 22 mil colaboradores é como um pai com seus filhos. É uma decisão difícil para mim", referiu.
O empresário fez, também, críticas aos momentos em que o Brasil foi paralisado na pandemia de Covid-19. "Esses políticos que pregaram a paralisação do país têm que ser eliminados dessa eleição. Eu desde o princípio fui contra, você cuida da saúde sem se descuidar da economia", registrou. "Posso ser um ativista político ou um político. Eu estarei político, mas essa decisão eu vou tomar semana que vem", refletiu.
Sérgio Moro
Foi lembrado, durante a entrevista, que Luciano Hang foi forte apoiador do ex-juiz Sérgio Moro na época da Operação Lava Jato. E como fica agora, com Moro candidato contra Bolsonaro? "Eu sou um defensor da Lava Jato que mostrou a podridão de partidos políticos que tomam o poder para tomar conta das estatais. Isso aconteceu na União Soviética, acontece muito nesses países comunistas, socialistas, que têm as estatais para os políticos tomarem conta e fazerem dessas empresas os seus trampolins para continuar no poder", lembrou.
"A Lava Jato com Sérgio Moro mostrou o que acontecia na Petrobrás. Na época sempre falei muito bem da Lava Jato que lamentavelmente foi desmontada, pessoas condenadas na primeira, segunda, terceira instância que não são inocentes mas estão livres, o povo saberá votar contra tudo isso que aconteceu", destacou. "Acho que nunca foi tão fácil votar numa eleição como nessa de 2022. É só ver quem está de um lado e quem está de outro. O que você quer para a sua família e para o futuro do nosso país", sublinhou. "Apoiei a Lava Jato mas nesse momento mas hoje eu apoio o presidente e sigo apoiando por tudo o que ele fez e vai continuar fazendo", completou.
Prioridades para Santa Catarina
Para Luciano Hang, Santa Catarina pode avançar em diversos pontos. "O nosso estado é referência para o país, mas dá para melhorar com um planejamento de longo prazo, reduzindo a máquina pública, cobrando menos impostos. País sem indústria é um país miserável. Santa Catarina é um estado de muitas indústrias, em todos os segmentos", comentou. "Começa no turismo até as indústrias de todos os segmentos. Nós precisamos reduzir impostos", enalteceu.
Ele fez, também, duras críticas aos ambientalistas. "Como eu falo dos ecochatos, nós temos no Brasil um problema ambiental muito sério. Esse pessoal vai dentro dos órgãos e não deixa nada acontecer", afirmou. "O potássio que temos que importar da Rússia. Lá no Norte temos minas de potássio e não deixam o brasileiro explorar o potássio e ficamos dependentes da Rússia", pontuou. "Todo dia você querendo fazer uma empresa, outro dia recebi um empresário querendo ampliar a empresa dele, querendo investir R$ 600 milhões, empregar 600 trabalhadores e está lá parada uma licença faz um ano. Isso acontece todo dia", destacou. "Eu tenho duas hidrelétricas, tenho projetos de mais duas e estou há 15 anos parado esperando uma licença ambiental. Esse IMA, esses órgãos ambientais atrapalham mais que ajudam", reforçou.
Chutar o pau da barraca
Luciano fez um convite ao próximo governador: "chutar o pau da barraca". "O próximo governador tem que chutar o pau da barraca, acabar com esse corporativismo, essa falta de visão que esse pessoal tem com o nosso estado. Esse pessoal tem que parar de visitar Cuba, Venezuela, França e visitar países que deram certo. Esse pessoal faz faculdade medíocre, passa em concurso público e vem paralisar o nosso estado", destacou.
Questionado sobre o que mudará na sua vida se virar senador, Luciano Hang respondeu que "tem uma frase de Roberto Campos que, quando foi deputado federal, disse que talvez não faça nenhum projeto novo, só não deixando fazer os errados já vou fazer muito". "Temos ótimos projetos para serem aprovados e tem péssimos projetos sendo aprovados. Pessoas incompetentes em cargos que fazem a diferença, se o cara inteligente ler o livro errado vemos muitas pessoas indo para o Congresso trabalhar para si, para interesse de partido ou de empresas. O que precisamos é usar mais da nossa inteligência e trabalharmos mais na lógica", registrou. "Se você faz o certo, dá certo. Se faz o errado, dá errado", completou.
Popularidade
"Eu sou popular, o presidente é popular e temos que acabar com os populistas, que dizem sim para tudo. O sim é o primeiro passo para o fracasso. Precisamos de pessoas que tenham a noção de qual caminho tomar", sublinhou Hang. "Lamentavelmente, nos últimos 20 a 30 anos tomamos sempre o caminho errado, por isso temos um país gigantesco e, cada ano que passa, vamos para trás", destacou.
Luciano Hang comentou que já conheceu a China e outros países que evoluíram nos últimos anos. "Eu conheci a China há 30 anos, era um país pobre, miserável, eu conheci a Coreia do Sul, o Panamá, Hong Kong e Taiwan miseráveis, em 30 anos eles andaram para frente e nós, em 30 anos, andamos 50 para trás. O líder que toca uma cidade, um estado e um país que faz a diferença" apontou. "Esse ano, mais empresários e cidadãos de bem deverão entrar ou na militância ou na política eleitoral", convocou.
Como cuida das redes sociais
Luciano Hang é bastante midiático. Faz uso forte e frequente das redes sociais. Para tanto, conta com uma equipe. "Eu sou disléxico, e o disléxico passa trabalho para ler, eu fui ler com 12 anos. Mas os disléxicos são muito criativos, Walt Disney e Einstein eram disléxicos, nós somos fora da casinha, diferentes. Eu adoro me comunicar pelo lúdico. Como tenho dificuldade de leitura, se eu ler uma página de um livro eu acabo de ler uma página e eu já esqueci, não lembro do que li", confidenciou.
"A Havan é uma empresa de marketing que até vende produtos. O nosso forte sempre foi a propaganda. Nós temos a estátua da liberdade, temos a fachada da Casa Branca, nós fizemos propaganda do fim do mundo e outras, nós apostamos no marketing e no comercial. Todos os dias, eu me recordo na campanha de 2018, eu olhava o que estava acontecendo e já tinha ideia do que fazer às cinco da tarde", destacou. "Eu saindo de casa, vi um poste torto, achei a cara do Haddad. Pedi um terno, a cara do Haddad e entrevistamos o poste, fizemos uma brincadeira com o poste e o Haddad, colocamos até um cachorro mijando num poste. Assim surgem as ideias todos os dias", recordou. "E o cavalo foi mais uma brincadeira de muitos que faremos daqui para a frente", enfatizou.
Como deixou de ser um empresário discreto
Luciano foi, por muitos anos, um empresário discreto, que agia mais nos bastidores. Como iniciou essa virada? "Foi por necessidade. Em 2017 aumentou o volume de informações dizendo que a Havan era de filhos de políticos, que era do Lula, do Edir Macedo, do Sílvio Santos. Um dia eu cheguei em Londrina e o taxista dizia que eu não era o dono da loja, e que a loja perdia movimento pois era de políticos da Lava Jato. Eu ouvi isso em vários lugares e liguei para a minha equipe de Brusque, pedi para entrevistar as pessoas nas lojas perguntando de quem era a Havan, e saíram todas essas informações", respondeu.
Esse processo de aparição mais intensa começou há pouco mais de quatro anos. "Daí eu em dezembro de 2017 comecei a dizer que a Havan era minha e em janeiro comecei o ativismo político. Até então, a gente não dizia de quem era a Havan, pois eu achava que a Havan tinha que aparecer mais que o dono. Mas hoje vejo que as pessoas ficam felizes de saber de quem é a Havan. Eu saí lá de Brusque, estudando em escola pública, trabalhando muito e fazendo a diferença. É possível sim e temos vários exemplos em Criciúma e no Brasil de pessoas que nascem na miséria, na pobreza e, através do trabalho, mudam a vida da gente e de muitas pessoas", detalhou.
Sucessão no negócio
Como ficará a Havan se Luciano Hang se tornar senador? Ele garantiu que dois dos seus filhos já estão envolvidos no negócio. "Tenho três filhos, dois muito atuantes na empresa, outro tem uma empresa de academia e que faz outras coisas, fisioterapia. Tenho dois meninos que estão muito atuantes na Havan e a empresa, hoje, é uma empresa de 22 mil colaboradores, que conquistou a equipe que trabalha muito, eu sou apenas mais um, sou o maestro de uma grande orquestra que sabe tocar todos os instrumentos. A Havan é o resultado dessa orquestra maravilhosa, está apta a me deixar, se for essa a minha decisão a partir da semana que vem, de tomar o rumo sozinho com os meus filhos e com os meus 22 mil colaboradores", disse.
O empresário tem uma meta: colocar a Havan no topo das empresas onde as pessoas mais gostam de trabalhar. "Nós ganhamos na semana passada o prêmio de quarta melhor empresa para se trabalhar no Brasil. É o terceiro ano que ganhamos, a primeira vez foi nono, a segunda oitavo, agora é quarto, em breve seremos o primeiro lugar. É esse o Brasil que a gente quer, um país de harmonia, paz, desenvolvimento. Uma empresa que dá lucro é uma empresa feliz. Um país que consegue entregar à sua população o desenvolvimento, a harmonia, a paz, esses países existem em outros lugares. Por qual razão o Brasil não entrou nesse caminho? É por falta de união, precisamos unir esse país", comentou. "Se não mudarmos o rumo do país estamos condenados a ser eternamente um país pobre, e a pobreza só interessa aos maus políticos. Temos que acabar com os maus políticos para fazer o Brasil chegar onde ele quer", refletiu.
Elogio a Salvaro
Luciano finalizou a entrevista deixando um elogio ao prefeito Clésio Salvaro. "Vocês têm aí um ótimo prefeito, que pensa como eu. São pessoas que não são mediocres, que têm o olhar lá na frente, e não ficar o tempo todo olhando para trás. Com essa visão teremos o Brasil que nós queremos", finalizou.
Ouça a entrevista de Luciano Hang ao Programa Adelor Lessa no podcast: