O Instituto Ideas, que administra o Hospital Infantil Santa Catarina, protocolou um ofício à prefeitura de Criciúma, na última sexta-feira (1), pedindo um reequilíbrio financeiro no contrato ou deixará de prestar os serviços a partir do dia 1º de outubro. Em resposta, o prefeito Clésio Salvaro, se manifestou dizendo que o Tribunal de Contas é o responsável pela situação.
Segundo Salvaro, durante os seis meses do contrato emergencial firmado com o Ideas, a prefeitura trabalhou em um novo edital para um contrato definitivo através de um processo licitatório.
“Mas no dia do lançamento da licitação o Tribunal de Contas afirmou irregularidades que eles tinham levantado. Agora faz mais de dois meses que esperamos que o Tribunal se manifeste. Precisamos que o Tribunal de Contas se manifeste o mais rápido possível. Não vamos fechar o hospital. Se não tivermos solução o Tribunal que vai ter que administrar o Hospital Santa Catarina”, declarou Salvaro.
Porta referenciada
Uma das soluções apresentadas pelo prefeito Clésio Salvaro para reduzir contas do HMISC é a porta referenciada, ou seja, só serão atendidos pacientes de Criciúma encaminhados por postos de saúde de bairros da cidade.
A medida também serve para pressionar prefeitos da Amerc, que segundo Salvaro, devem ajudar a arcar com as despesas do hospital. Os pacientes de outros municípios representam quase 50% dos atendimentos.
O prefeito de Criciúma conta que foi procurado por um avô criciumense que foi ao hospital recentemente procurar internação para seu neto que nasceu prematuro, mas encontrou todos os leitos da UTI ocupados por crianças de outras cidades.
“As 10 crianças internadas não eram da minha cidade. O cidadão criciumense paga impostos para o hospital funcionar, ou seja, o cidadão criciumense paga para que as outras cidades usem os nossos serviços”, contou.
Salvaro defende que o HMISC siga os passos do Hospital São José, que também trabalha com porta referenciada, para diminuir custos, caso os prefeitos da região não assumam as dívidas.
“A força não pode ser exclusiva da prefeitura de Criciúma. O município não pode pagar essa conta sozinho, caso contrário chega ao final do ano não vamos ter dinheiro para pagar o repasse. Não havendo a participação de outros municípios, não nos resta outra iniciativa”, disse.
Confira a entrevista completa com o prefeito de Criciúma no Programa Adelor Lessa: