Veio à tona nesta semana a informação de que a estadualização da Via Rápida é questão de dias, que deveria se concretizar em breve. Mas não é bem assim. "Para estadualizar eu tenho que estar com a obra entregue. Eu não posso estadualizar uma obra não concluída, então talvez atrase um pouco a estadualização", admitiu o secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler, em entrevista à Rádio Som Maior na noite desta terça-feira, 29, após a reunião que tratou da SC-108 em Praia Grande.
"Estamos caminhando bem. Sempre foi uma questão burocrática, mas já vencemos várias barreiras, acredito que em curto ou médio prazo isso estará resolvido", ponderou. Mas Hassler lembrou que há desapropriações a resolver e uma alça a ser construída para que então a Via Rápida esteja efetivamente pronta. "Temos dívidas de desapropriações a saldar e temos uma alça que não foi feita por desapropriação, acredito que demos alguns passos, se der tempo fazemos a alça", afirmou.
O projeto de iluminação da Via Rápida está sendo elaborado pela Celesc, que ainda não conseguiu lançar a licitação. "A Celesc está em parceria fazendo o projeto, assim que estiver tudo pronto eles começam alguma coisa", informou.
Governador vem aí
O secretário Carlos Hassler confirmou que o governador Carlos Moisés deve visitar a região de Araranguá ao longo do mês de novembro. Mas não quis adiantar quais possíveis anúncios ele poderá fazer. "Aí tem que perguntar para ele. Se vier, ótimo, vamos trabalhar", disse.
A segunda ponte sobre o Rio Araranguá, um projeto de mais de R$ 16 milhões, está na pauta. "Ele comentou alguma coisa sobre isso, a gente está avaliando, mas nada conclusivo até o momento", destacou.
Outro anúncio que Moisés poderá fazer em Araranguá é a pavimentação de ao menos parte da Rodovia Jacob Westrup, entre Forquilhinha e Maracajá. "Existe a intenção que o Governo venha a tentar levar a cabo essa obra também, mas as prioridades são traçadas pelo governador, a gente coloca a situação, os valores, as dificuldades e facilidades, tem algumas até mais caras mas mais fáceis de começar", comentou Hassler. "Ele dando a ordem, eu toco a obra", emendou.
Porto Seco em Criciúma
Antes de ir para Praia Grande, onde expôs o projeto de R$ 111,2 milhões para pavimentação dos 31,1 quilômetros da SC-108 entre Praia Grande e Jacinto Machado, Carlos Hassler passou por Criciúma, onde participou de uma reunião com lideranças na Acic, para tratar do projeto do Porto Seco. "Foi boa a reunião, é um pleito que não estava na nossa agenda. Vamos analisar, pedir para eles trazerem algo mais concreto em termos de custos. A partir da definição do valor a gente consegue trabalhar uma solução mais concreta", detalhou.
O secretário aguarda uma planilha com custos para ver com o que o Estado pode colaborar na estruturação do Porto Seco, que carece de pavimentações e outros investimentos. "Basicamente, custos. Estamos falando de algo da ordem de alguns milhões, precisamos quantificar, conforme for podemos fazer uma parceria, conseguir uma parte, para que a gente possa agilizar e tornar realidade esse projeto que visa trazer crescimento econômico", referiu.
Serra do Faxinal
Para o extremo sul catarinense, Hassler detalhou o projeto da SC-108 mas reiterou que a prioridade é a retomada das obras na SC-290, na Serra do Faxinal. "Uma prioridade apontada pela própria região, e o governador determina que a gente esteja atento e sensível a colocações das prioridades regionais colocadas pelas associações", reforçou.
Hassler lembrou que a primeira necessidade é retomar a licença ambiental, que foi perdida por prazos. "Temos que obter novamente a licença, construir essa licença junto ao Ibama. Em paralelo estamos revendo o projeto, já foi executada muita coisa e muita coisa não foi. E parte do que foi, deteriorou-se. Temos que fazer um apanhado de como está e do que falta", frisou. "A partir daí teremos que ter uma licitação, mas para isso precisamos conseguir o recurso", completou.
O secretário salientou que não tem ideia de custo da obra. "Hoje eu não tenho ideia pois temos que ver o que se perdeu do que foi feito e o que falta fazer", adiantou. Mas salientou que a licença ambiental não está tão distante de ser assegurada. "Não muito distante, principalmente porque encontramos uma boa vontade dos órgãos ambientais, de fazer a coisa acontecer dentro do cumprimento de todos os parâmetros exigidos pela legislação ambiental. Falta terminar de construir toda a documentação, é uma proposta que estamos formulando ao órgão ambiental, de como conduzir a mitigação dos danos ambientais. Em eles aprovado, essa etapa estará vencida", mencionou. "Queremos fazer uma proposta consistente, bem feita, para ir e ser aprovada", emendou.
SC-108
Reforçando sobre a SC-108, o projeto que motivou a reunião da noite desta terça-feira em Praia Grande, Carlos Hassler reiterou que o custo total da obra é de R$ 111,2 milhões para dotar de asfalto o trecho de 31,1 quilômetros até Jacinto Machado. "Hoje não temos recursos para isso. Agora vai se começar a trabalhar para buscar esses recursos, que a princípio serão de aportes vindos de financiamentos", contou. "O Estado hoje não tem condições de fazer financiamentos, temos que melhorar a nossa classificação junto à Secretaria do Tesouro Nacional. Esse ano pagamos mais de R$ 800 milhões de dívidas", finalizou.