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Segundo pesquisa, Sul foi a região que mais demitiu em SC

Dos entrevistados, 44,7% admitiram ter dispensado trabalhadores desde o início da pandemia

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 13/05/2020 - 17:17
Foto: Divulgação
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Pesquisa realizada pelo Sebrae/SC, Fiesc e Fecomércio/SC, apontam que 44,7% dos empresários do Sul ouvidos demitiram funcionários desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O número coloca a região como a que mais demitiu. O total de pessoas que perderam o emprego é de 68,4 mil. Em relação ao faturamento, a estimativa é que a perda seja de R$ 2,19 bilhões.

O levantamento mostra que 530 mil catarinenses já perderam o emprego desde o início da crise provocada pela pandemia. A sondagem sobre o impacto do novo coronavírus na economia do estado ouviu 2,5 mil empresários, de todas as regiões de Santa Catarina, entre os dias 4 e 6 de maio.

Impacto por região:


– Na região Sul, 44,7% dos entrevistados afirmaram ter demitido desde o início da crise. Com isso, o número de pessoas que perderam o emprego na região é de 68.481. Em relação ao faturamento, a estimativa é que a perda na região sul seja de R$2.19 bilhões.

 

- 44% dos empresários do Vale do Itajaí afirmaram ter feito demissões no período, o que representa 72.310 pessoas demitidas. Em relação ao faturamento, a perda estimada é de R$2,97 bilhões.


- No Norte do estado, 43,3% dos entrevistados demitiram e ao todo, 98.711 pessoas perderam o emprego na região. A perda de faturamento da região chega a R$3,32 bilhões.


– Na região da Foz do Itajaí, 42,1% dos empresários demitiram desde o início na crise. Isso representa 89.412 pessoas desempregadas na região. Em relação ao faturamento, a estimativa é que a perda total é de R$1,87 bilhão.


- 36,9% dos empresários da Grande Florianópolis afirmaram ter demitido ao menos dois funcionários no último mês. O número total de pessoas que perderam o emprego é de 96.278. A perda de faturamento na região é estimada é R$2,67 bilhões.


– Na Serra catarinense, 36,3% dos empresários afirmaram ter demitido no período. O total de pessoas demitidas na região é de 23.203. A perda de faturamento estimada na região é R$580 milhões.


-No Oeste catarinense, 33,4% dos empresários afirmaram demissões. Com isso, 81.869 já perderam o emprego na região. Já a perda do faturamento estimada na região é de R$2.59 bilhões.

Operação
De acordo com a pesquisa, 86,7% das empresas do estado já estão em atividade após as medidas de relaxamento da quarentena, anunciadas pelo governo. Porém, 41,7% estão com redução na produção, 22% com mudança no funcionamento, 12,4% ainda aguardam liberação e 0,9% fecharam as portas e não voltam a funcionar. “Atualmente, 114 mil empresas estão inoperantes em Santa Catarina. Os microempreendedores individuais são os mais afetados, já que 28,7% deles seguem com as atividades suspensas ou fecharam as portas. A retomada das atividades é um destaque positivo desta edição da pesquisa, mas ainda são muitos os negócios fechados que estão somando prejuízos. Além do que, seis a cada dez negócios que voltaram a operar estão com produção reduzida”, comenta o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

Comércio e serviços
Os setores de comércio e os serviços foram fortemente impactados com a suspensão total ou parcial das atividades. Com a política de distanciamento e isolamento social, 20% das empresas do setor de serviços estão temporariamente fechadas e 1,2% não devem mais abrir as portas. Já no comércio, 92% dos estabelecimentos estão mantendo algum nível de atividade. “Os empresários estão buscando soluções para garantir a sobrevivência dos negócios, que mantém os empregos e a renda das famílias em Santa Catarina.

inda assim, 35,1% das empresas reduziram o quadro de funcionários. A queda no volume de vendas chegou a 73,6% no serviços e 65,2% no comércio. O cenário pela frente é ainda incerto. A pesquisa aponta que 70% das empresas devem levar de seis meses a dois anos para se recuperar”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Mercado de trabalho
Em relação às demissões, 41,4% dos entrevistados afirmam ter demitido desde o início da crise. Na última medição, feita em abril, o percentual era de 34,45%. Com isso, estima-se que mais de 530 mil pessoas já perderam os seus empregos em Santa Catarina. “Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e com as medidas adotadas pelos governos para auxiliar as empresas, muitas seguem sem alternativa. Somente nos últimos 19 dias cerca de 124 mil catarinenses perderam seus empregos, 30,6% a mais do que a última pesquisa realizada em abril”, analisa o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.

Salário e jornada
Essa edição da pesquisa também ouviu os empresários sobre a adoção das medidas previstas na MP 936/20. A suspensão temporária do contrato de trabalho foi adotada por 24,7% das empresas, e a redução proporcional da jornada de trabalho e salários foi adotada por 22% das empresas catarinenses. Com isso, 408 mil catarinenses estão em regime de suspensão do contrato de trabalho e 462 mil tiveram a sua jornada de trabalho e salário reduzidos. “A soma dos números de demissões, suspensões de contratos e reduções de jornada/salário dá uma dimensão muito clara do forte impacto que a crise tem sobre a economia e como ela afeta as famílias catarinenses. Portanto, também mostra o risco de desorganização social que pode gerar e o tamanho do desafio posto para voltarmos à rota de crescimento. A retomada precisa iniciar já”, diz o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

Vendas e faturamento
Em relação ao faturamento, 91,3% dos entrevistados apontam queda nas vendas internas, e dos que exportam, 73,9%. A perda total de faturamento representa 56,5% total do esperado para o período. Estima-se que a perda total de faturamento das empresas catarinenses já soma R$16.2 bilhões.

Crédito
O momento crítico faz com que muitas empresas busquem crédito para se manterem ativas. A pesquisa apontou que desde o início da crise, 49,2% dos empresários buscaram crédito, porém somente três em cada dez tiveram acesso. Dos que não tomaram crédito, 34,2% alegaram juros altos, 31,1% falta de linhas para o seu perfil empresarial, 29,9% falta de garantia e 9,6% falta de avalista. “O acesso ao crédito é um desafio principalmente para as micro e pequenas empresas. Neste momento, isso se torna ainda mais evidente. É preciso reforçar as alternativas de auxílio a esses empreendedores”, avalia o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

Tags: coronavírus

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