A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Criciúma (RFCC) está desde o início do ano sem poder realizar exames preventivos por falta de uma enfermeira. A entidade, composta por 72 voluntárias, contava com uma enfermeira paga pela Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc) até outubro do ano passado - quando esta acabou sendo desligada da função na Rede pela Prefeitura.
A RFCC chegou à pagar dois meses de salário para que a enfermeira continuasse as suas atividades no local mas, por falta de dinheiro, acabou tendo que abrir mão da profissional. “Estamos fazendo de tudo para trazê-la de volta. A enfermeira realizava a coleta dos exames, que era encaminhado para nossa doutora que, voluntariamente, retornava com os resultados”, destacou a presidente da entidade, Rosa Maria Bernardini.
A retirada da enfermeira da RFCC ocorreu devido a uma legislação que proíbe o município de pagar um profissional para realizar um determinado serviço em uma entidade terceira, quando o próprio serviço é realizado pelo município. “Quando o município tem os serviços disponíveis [exames preventivos de câncer], o poder público não pode colocar uma profissional à disposição de um outro órgão, não quando a demanda da rede é suprida por esse poder”, explicou o secretário de saúde de Criciúma, Acélio Casagrande.
O secretário afirma que todos os exames preventivos são realizados pela rede pública, ressaltando que a porta de entrada para este atendimento precisa ser através dos SUS e das Unidades Básicas de Saúde. Apesar de não poder contribuir com o pagamento da enfermeira, o município possui um convênio de mais de R$ 2 mil mensais com a Rede Feminina.
Na RFCC, todos os atendimentos são realizados de forma gratuita, através de voluntários - com única exceção da enfermeira. “A gente tem uma equipe trabalhando no Hospital São José, no setor de quimioterapia, além de uma equipe no ambulatório e uma terceira no São João Batista”, disse Maria Rosa.