A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Criciúma e região (Siserp), Jucélia Vargas, ficou nada satisfeita com as votações na Câmara de Vereadores desta segunda-feira, 23. Os servidores mobilizaram-se até a casa do legislativo para protestar contra os projetos colocados em regime de urgência pela prefeitura neste fim de ano, incluindo a alteração da alíquota de repasse previdenciário, que aumentou para os servidores e diminuiu para a classe patronal. O sindicato deve entrar com pedido de anulação da sessão e dos projetos aprovados.
"Foi um grande circo aquela sessão. É importante que a população saiba que não foi só o projeto do Criciumaprev aprovado. A sessão foi paralisada quatro vezes, porque os vereadores não sabiam o que estava sendo votado. O prefeito Salvaro encaminhou 29 projetos, doando terreno, mudando nome de rua, criando progamas, projeto de microempresário com dinheiro público. Ele fez politicagem com dinheiro público", criticou Jucélia.
A exemplo de vereadores da oposição, o argumento do Siserp é de que não houve diálogo por parte do executivo. Ademir Honorato (MDB), chegou a afirmar que o prefeito Salvaro "faz política com o fígado". Na avaliação de Jucélia, a administração tem se colocado de forma autoritária, sem o diálogo com conselhos, sindicatos e população.
"Projetos foram aprovados com erros, repetindo artigos. Foi uma vergonha. Uma vergonha que vereadores admitam que o prefeito municipal não respeite a população e os servidores. é um prefeito ditador, autoritário, que não dialoga com o povo. Toma as decisões monocraticamente. Ele gastou dinheiro colocando grade para cercar a prefeitura, as pessoas precisando de médico, na fila precisando de exame. Ele perguntou pra quem? Ele faz as coisas da sua cabeça, ele manda 29 projetos dos mais diversos assuntos, sem diálogar com conselho do Criciumaprev, sindicato, servidor, Câmara. Apenas conversando um por um com os vereadores, sabe-se lá como. E os vereadores em sua grande maioria aprovam com várias falhas", apontou Jucélia.
O sindicato deve entrar com ações de anulação da sessão e de projetos, pois a avaliação é de que nenhum dos 29 encaminhados seria de urgência. A exemplo de vereadores da oposição, Jucélia criticou a redução da alíquota da classe patronal. "Diz a constituição que se aumentar a aliquota dos servidores, teria que aumentar também a parte patronal. Isso não foi feito, pelo contrário, vai reduzir (a parte patronal). Se já tem déficit, reduzindo essa alíquota, como vai ficar? O instituto precisa é de geração de renda, uma série de ações que precisariam ser feitas", finalizou a sindicalista.
Do outro lado, o vereador da situação, Arleu da SIlveira (PSDB), nega que tenha havido autoritarismo da prefeitura. "Estamos no amplo direito democrático dos debates.. Eu quero dizer que nenhum prefeito vai mandar PL à Câmara para prejudicar A, B ou C. O prefeito Salvaro tem uma equipe técnica para tentar salvar o Criciumaprev, que está afundando. É um projeto que mais cedo ou mais tarde teria que ser analisado e votado"", afirmou o vereador.