“Em algumas cidades do Costão da Serra, choveu 116 milímetros. Em Criciúma, 64 milímetros. A média histórica é de 130 milímetros para o mês de outubro inteiro. No mínimo, metade da chuva do mês em pouco mais de 12 horas”. Foram esses os dados apontados pelo climatologista Márcio Sônego sobre a chuva no Sul de Santa Catarina entre terça-feira e quarta-feira. O grande volume de água que caiu sobre a região provocou transtornos, inclusive dentro do Estádio Heriberto Hülse.
Sem dar trégua, nos mais de 90 minutos em que Criciúma e Oeste se enfrentaram, a chuva atrapalhou o desempenho dos times em campo. “Durante o jogo, teve uma chuva moderada ou forte. A intensidade era de sete milímetros na hora do jogo e como já havia chovido nos dias anteriores, o solo já estava encharcado”, lembrou Sônego.
Apesar de ter incomodado, “Não estava tendo condição de jogar”, disse Mazola Júnior depois da disputa, os armas técnicas e táticas poderiam ser mais prejudicadas, se o gramado do Majestoso não tivesse se resistido. “A drenagem se saiu muito bem. Se não fosse o nossos sistema, teria uma lâmina de água de pelo menos dez centímetros”, avaliou o vice-presidente de patrimônio do Criciúma, Vilmar Casagrande.
O lado mais prejudicado
Quem foi ao estádio pode perceber que, o lado mais complicado era a lateral do banco de reservas. “É que, por ali, nesta época do ano, pega menos sol. Como já vinha chovendo antes do jogo, o solo ali estava mais umedecido, portanto fica mais difícil da terra absorver a chuva”, explicou Casagrande.
Até porque, de acordo com o vice-presidente, a drenagem do campo não acontece somente pelos por contas de caimentos, mas em todo o gramado. “É um sistema utilizado nessas arenas que estão fazendo aí, como a do Palmeiras por exemplo. Toda a água passa por uma camada de areia, depois por um bidim (manta de drenagem), uma camada de pedra e é jogada para o fosso. Só que com muita chuva não tem o que fazer. Se fosse alguns anos atrás antes da reforma que teve, era bem capaz que não tivesse jogo”, acrescentou.
Outro ponto que chamou a atenção foi a parte atrás das traves. Na partida de terça-feira, tanto os reservas do Criciúma, quanto os do Oeste tiveram que fazer o aquecimento na frente das placas de publicidade, devido ao lodo. “A gente sabe que está bem ruim ali. Algum tempo atrás a gente estava tentando alguma solução. Agora vai ter que ser obrigatório. Tenho alguns orçamentos com algumas empresas para colocar ali aquela grama sintética”, afirmou Casagrande.
No mais, um bom gramado
Se com uma forte chuva o tapete do Majestoso se saiu bem, com boas condições do tempo, não restam dúvidas. “Fazendo o tratamento correto, temos um ótimo gramado. Este ano tivemos um problema por conta de um erro na dosagem do veneno, mas depois foi tudo corrigido”, lembrou o vice-presidente. “Temos um cronograma que a engenheira deixa pra nós seguirmos durante toda a temporada. Nada ali é feito sem que um profissional capacitado esteja dando as coordenadas. Tanto que só o tempo melhorar vamos ajeitar a grama para o jogo da próxima terça-feira”, frisou.
Com a temporada chegando ao fim, faltam oito rodadas para terminar a Série B, uma nova manutenção deve ser realizada no mês de dezembro. “Todo ano fazemos isso. Até tenho que ver com ela se vamos precisar fazer uma perfuração. Que é passar uma máquina que faz alguns buracos de uns 20 centímetros que depois é preenchido com a areia e adubo. Isso deixa o nosso gramado macio como é. Até por isso que ontem, mesmo naquela situação teve poucas grama arrancada”, destacou Casagrande.