Durante o último ano, a Fecam (Federação Catarinense de Municípios) esteve sob a presidência do prefeito de Orleans, Jorge Koch. No próximo dia 30 uma nova eleição deve decidir quem assume o mandato em 2023. Para o ano que passou, o balanço foca, principalmente, na área da Saúde. A falta de exames, consultas e cirurgias eletivas, consórcios e o piso salarial para o setor foram pontos mencionados por Koch.
“Isso porque nós viemos de uma pandemia, em que foram feitos poucos procedimentos. Cirurgias eletivas são aquelas que você marca para fazer dali a 60, 90 dias, e o médico acabou não fazendo porque não compareceu. Remarca para 90 dias. De novo, não faz, porque o paciente acabou não vindo. Aí, vai acumulando. Hoje, são mais de 100 mil cirurgias em SC”, explicou o prefeito.
Em Orleans, Urussanga, Forquilhinha e Içara, segundo Koch, ao longo do ano consultas foram realizadas para pedir novos exames. “E são muitos exames. Se o médico pede 30 exames ao paciente, o SUS paga apenas 10, os outros 20 ficam represados”, salientou. A solução das filas seria que o governo Jorginho Mello desprendesse recursos financeiros para os consórcios de saúde. “Se tiver dinheiro, fazemos exames e consulta”, acrescentou.
“Deputados e senadores não podem mais criar despesas para os municípios”
Outro fator em 2022 foi a mudança no piso do magistério, farmacêuticos e, principalmente, enfermeiros. O valor, no último caso, subiu para R$ 4.850 após decisão Federal. Segundo o presidente da Fecam, a medida foi formulada sem o envio da fonte de recurso aos municípios, que não puderam arcar com o aumento. Mais tarde, o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu o pagamento.
“Os deputados e senadores se reúnem na Câmara, conversam, discutem, fazem média, criam o piso, criam despesas para os municípios, e não nos dão a fonte de recurso. Foi isso que aconteceu. Criaram o piso das enfermeiras, pedem 100 dias para pagar e os municípios não têm fonte de recurso”, desabafou. “Nós aprovamos uma lei, que, a partir de 2023, deputados e senadores não podem mais criar despesas para os municípios sem apontar a fonte de recurso”, completou.
Nova eleição acontece em 30 de janeiro
Com o objetivo de unir os municípios e fortalecer a municipalidade, a Fecam faz uma interlocução entre a cidades e o Governo Estadual e Federal. A federação é formada por 22 funcionários que trabalham na busca de informações, fazendo consultorias e prestando serviços. Cada mandato dura um ano no grupo. Em 2023, um edital foi lançado no início de janeiro e a eleição deve ser realizada no dia 30. Ás 17h30 um novo nome já deve estar definido.
“Hoje (12) e amanhã (13) a gente vai estar aqui em Florianópolis discutindo com os secretários sobre a sucessão para o dia 30 de janeiro”, detalhou o presidente da Fecam. “Amanhã, às 10h, teremos uma audiência com a secretária de Saúde Carmen Zanotto, sobre a saúde, a falta de exames e cirurgias eletivas no estado. E esse é o trabalho diário da Fecam”, concluiu.