Em Santa Catarina, aos poucos os comércios, indústrias e outros estabelecimentos comerciais vão retornando com uma série de medidas restritivas para conter a proliferação do novo coronavírus. O setor de eventos, no entanto, provavelmente será um dos últimos a retornar à ativa no estado e, em previsão de volta, é tido como “invisível aos olhos do governo”, por representantes.
Gerente de uma casa noturna em Criciúma, Gabriele Mafiolete, afirma que o setor já foi 100% impactado pelas medidas de suspensão de atividades, afetando diretamente inúmeros profissionais que dependem do serviço. “Nosso setor trabalha com pessoas formais e informais, algumas que vivem disso como complemento de renda mas outras que sobrevivem disso em 100% com a família. O governo não olhou ainda para nós, estamos completamente desamparados”, disse.
Gabriele acredita que, caso os eventos continuem proibidos de serem realizados no estado, algumas empresas do ramo devem fechar - e muitos profissionais podem se comprometer ainda mais.
“Se estender por muito tempo vai quebrar, assim como os pubs e restaurantes. Isso porque está mexendo com um todo, se eu faço evento hoje não vou mexer só com o evento na casa. Trabalho com restaurantes ao redor, com segurança terceirizada, indústria de descartáveis, distribuidora de bebidas e a parte da sonorização, que é o pessoal que vai lá e monta os sons. Não envolve só ir lá e fazer a festa, mas sim um todo”, comentou.
Os profissionais do ramo na região já protocolaram dois planos, os quais estão sendo enviados ao governador Carlos Moisés, pedindo a volta dos eventos. Nos planos, medidas como a diminuição de 50% da capacidade total do público, higienização dos locais, distanciamento entre filas e medição de temperaturas são destacadas.
A gerente de casa noturna ressalta que a participação de políticos da região vem sendo importante para que esses pedidos sejam entregues ao governador, já que estes fazem o intermédio entre o profissional e o estado. No mais, os trabalhadores aguardam o retorno das atividades assim como foi o do comércio.
“A academia estava fechada por um tempo e voltou, o comércio ficou fechado por um tempo e também voltou. E nós, como ficamos? Somos invisíveis aos olhos do governo”, declarou Gabriele.