Falta de produtos nas prateleiras e alta dos preços são algumas das preocupações dos cidadãos após a tragédia no Rio Grande do Sul. O estado produz 70% de todo o arroz consumido no Brasil. Segundo o vice-presidente Sul da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Ricardo Althoff, a questão gerou apreensão no setor, mas, a princípio, não deve haver desabastecimento.
“O que mais nos preocupou logo que ocorreu a enchente foi o arroz. O que a gente tem ouvido nos últimos dias do sindicato dos produtores é que a parte que se perdeu não foi muito grande. O arroz já estava nos silos e ele está em condições de ser recuperado. A gente fica mais tranquilo em relação a isso. Não devemos ter desabastecimento do arroz, assim como outros produtos, como a farinha de trigo”, frisou Althoff.
Consumidor não deve estocar produtos
Assim como na pandemia, o representante da Acats pede que o consumidor não compre arroz – e outros produtos – em grande quantidade para fazer um estoque em casa. Além de não existir essa necessidade, a ação eleva o preço e prejudica o acesso de outras pessoas ao produto.
“Como o arroz está no Rio Grande do Sul e as estradas estão muito degradadas, o arroz está vindo a conta-gotas. Paralelo a isso, houve uma pressão de demanda muito grande, porque as pessoas ou compraram para estocar em casa ou para doação na forma de cestas básicas. Por isso, em um primeiro momento, na prateleira do supermercado, o arroz pode não estar presente, mas ele está no centro de distribuição. Esperamos que isso seja normalizado a curto prazo”, explicou Althoff.
O preço do arroz já sofreu um aumento de 15 a 20% nos supermercados. A água mineral também é um produto sujeito a valores mais altos. Por ser um dos maiores municípios próximos ao RS, Criciúma passa por uma demanda alta na procura por estes itens. Ainda assim, os preços estão se mantendo, exceto com relação ao arroz, farinha e leite.
A farinha de trigo, por exemplo, alimento produzido em grande escala em cidades como Porto Alegre e Canoas, abastecia a demanda local. Com relação a isso, segundo o vice-presidente da Acats, fornecedores de outros estados devem suprir a necessidade.
“A gente pode ter um pouco de aumento de custos em relação à logística, porque antes o produto vinha do Rio Grande do Sul, agora está vindo de São Paulo, Paraná, a soja e o milho, por exemplo, estão vindo do Mato Grosso, então pode ter algum aumento de custo. Mas não devemos ter desabastecimento generalizado de produto”, concluiu.