Este Finados pode ter sido a última data dedicada à memória dos falecidos na qual a Somatem administrou os cemitérios de Criciúma. A gestão, designada por contrato pela prefeitura em 1998, se estenderia até 2024, mas o fim do vínculo foi antecipado por acordo entre as partes anunciado no último dia 16.
“É um rompimento amigável, tanto é que eles vão ficar até o momento em que tiver a nova empresa com contrato homologado. Não haverá descontinuidade nos serviços Rio Maina, Centro, Brasília e Sangão”, assegura o prefeito Clésio Salvaro.
Mas Salvaro não dá como certo que a Somatem vá deixar Criciúma antes do 2 de novembro do ano que vem. “Estamos nos entendendo com eles. A Prefeitura vai fazer um novo chamamento, uma licitação. A partir do momento em que conhecer a nova empresa, daí eles vão sair da gestão”, reforça. “Mas isso não estará necessariamente pronto em um ano. É um processo complexo”, pondera.
Novo edital em pauta
Uma comissão formada pelo município com a Câmara de Vereadores, Observatório Social e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está trabalhando na construção do novo edital a ser lançado. “Há correções que precisamos fazer. Sempre foi um contrato controverso, muitos serviços que são feitos e só a Somatem podia atuar, com custo elevado para o cidadão”, adianta Salvaro. “O desinteresse pelo atual contrato é nosso, mas também deles, que estão focados em outras regiões do país”, acrescenta. Em até 12 dias a comissão realizará a primeira reunião de encontro de ideias sobre o planejamento do edital da concorrência.
A quantidade de reclamações que a Prefeitura recebia em relação ao desempenho da Somatem também colaborou. “Quem quer fazer reforma em capelas, tem que fazer com a Somatem, e as pessoas alegam que é muito caro. Exumações também”, detalha Salvaro, citando mais serviços cuja tabela e condição deverão sofrer mudanças.
Município não assume
O prefeito assegura que não há possibilidade de a Prefeitura assumir a gestão dos cemitérios. “Não temos interesse. Nosso modelo de gestão é de máquina menor, promover a concessão e cobrar”. Salvaro acredita que haverá interessados. “Com certeza”, conclui.