O Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu nesta quarta-feira, 6, reduzir a taxa básica de juros, Selic, de 3,75% para 3% - uma queda de quase um ponto percentual. A taxa atinge a sua mínima histórica e surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma redução menos agressiva.
Apesar disso, a queda parece ter agradado parte do mercado. “Aparentemente o mercado abriu bem positivo hoje, gostando da ideia de uma redução significativa da taxa de juros e, por enquanto, está virando”, comentou o assessor de investimento da Wise XP, Gustavo Guarnieri.
O economista acredita que a decisão do Banco Central de baixar a taxa de juros agressivamente é um estímulo para uma melhora da economia. “Não voltaremos ao normal e ao convívio social comum tão rapidamente, vai demorar para que o comércio e as empresas voltem a produzir e consumir. Então por mais que ainda não se tenha a confiança, menos juros significa que, se eu tenho uma dívida e ainda tenho anos há pagar, com juros baixos, eu não serei tão prejudicado”, disse.
A motivação do Banco Central, então, é para que as empresas não quebrem com suas próprias dívidas. O argumento negativo usado contra uma redução da Selic era referente ao aumento da inflação mas, como ainda não há confiança para o consumo normal, isso não aconteceria.
Onde investir no momento
Guarnieri explica que como a inflação acumulada do país está em 3,3%, sendo que a dos últimos dois meses foi zero e negativo, o dinheiro em uma aplicação 100% CDI acabaria não tendo ganho real - já que o juros está em 3% também. A aplicação, então, viria a calhar para quem não quer perder um dinheiro necessário a curto prazo.
“Por exemplo: eu vou trocar de carro no ano que vem, que custará R$ 50 mil, então R$ 50 mil eu não posso investir, já que é o dinheiro do carro e tem que ficar numa aplicação que não perca, 100% CDI”, pontuou o economista.