Após a vitória apertada por 1 a 0 do Criciúma contra o Barra, o técnico Cláudio Tencati reconheceu as dificuldades do próprio time e enfatizou a tendência de equipes de menor porte elevarem o nível de jogo frente ao Tigre. A análise de Tencati veio após mais uma partida diante de um adversário bem organizado defensivamente.
“Um adversário que se adaptou ao Criciúma, tem um treinador ali que não é bobo. Soube montar bem o time dele, dificultou bastante pra nós”, reconheceu Tencati.
O técnico vê motivação extra dos adversários nas partidas contra o único representante de Santa Catarina na elite do futebol brasileiro. “O jogador que está lá no Barra quer estar aqui no Criciúma. O treinador do Barra quer vir para o Criciúma. São pessoas que querem oportunidade no futebol. Eu fui treinador de time que só tinha calendário (no primeiro semestre) e buscando o segundo semestre. Era da mesma forma quando eu jogava lá no Paraná contra Coritiba, contra Athletico. A gente dava vida”, comparou.
Além disso, o técnico discutiu a qualidade do Campeonato Catarinense, defendendo sua competitividade e avaliando que a competição é subestimada pela imprensa nacional. “O catarinense, para mim, está entre os cinco primeiros estaduais do Brasil, com certeza”, afirmou.
Dificuldades para criar
Sobre o desempenho do Criciúma, o técnico admitiu as dificuldades para criar no campo ofensivo. O gol carvoeiro foi marcado na única jogada bem trabalhada no meio da defesa adversária.
“A gente teve dificuldades no terço final. Na hora que eles baixavam lá, ficavam com linha de cinco, num 5-3-2, e bem compacto, bem fechado. Fecharam bem os corredores dos nossos laterais, fecharam o jogo interno, onde a gente tem muita construção, e pelos lados. Tanto que a gente tentava só cruzamentos de longa distância. Faltou um pouquinho mais da criatividade, um capricho numa tabela, um capricho na finalização, num cruzamento, num preenchimento de área, e vejo que foi isso que gerou dificuldade”, avaliou o treinador.
"Criar gordura"
Apesar de ver sinais de cansaço nos titulares por causa do pouco tempo de descanso entre os jogos, Tencati descartou a possibilidade de fazer um rodízio neste momento. “É necessário a cada duas, três ou quatro rodadas você ter que fazer trocas pontuais. Você pode buscar no futebol brasileiro, todos estão fazendo isso. Todas as equipes de Série A, todas as equipes que estão buscando esses intervalos curtos, jogos acumulados, estão olhando os seus elencos, estão fazendo esse revezamento. Nós não estamos fazendo porque a gente quer acumular gordura. A gente tem um plano diferente”, contrapôs.