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Tigre chega à segunda maior série invicta da história em competições nacionais

São 11 jogos sem perder, igualando marca de 1986, atrás apenas de time campeão da Série C em 2006

Por Heitor Araujo Criciúma, SC, 05/07/2021 - 17:46 Atualizado em 05/07/2021 - 17:47
Tigre bateu o Paraná no último domingo por 2 x 0 (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)
Tigre bateu o Paraná no último domingo por 2 x 0 (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

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No último domingo, 4, o Criciúma igualou a segunda maior série invicta na história do clube em competições nacionais, ao vencer o Paraná por 2 x 0 no estádio Heriberto Hülse. Assim, o Tigre chegou a 11 partidas sem perder, somando Série C e Copa do Brasil, mesma sequência que teve em 1986 e ultrapassando a marca de 10 jogos em 2012, quando subiu à Série A do Brasileirão. Os dados foram extraídos do site Meu Time na Rede. 

A marca atual começou a ser escrita ainda no ano passado, com o empate contra o Brusque em 2 x 2 na última rodada da Série C. De lá para cá, foram quatro jogos na Copa do Brasil deste ano - todos empatados - e seis na Série C deste ano, com quatro vitórias e dois empates.

Nesse ínterim, quatro técnicos passaram pelo Tigre - Itamar Schulle (2 x 2 contra o Brusque), Hemerson Maria (0 x 0 contra o Marília), Wilsão (1 x 1 contra Ponte Preta) e Paulo Baier. O fato não deixa de ser surpreendente; surge em meio a um extenso jejum de vitórias do clube, entre o fim da Série C do ano passado e o Campeonato Catarinense deste ano, quando o Tigre foi rebaixado pela primeira vez na história do estadual e ficou 18 jogos sem vitórias.

Na sequência atual de 11 jogos sem perder, o Tigre tem quatro vitórias e sete empates. Todas as vitórias foram sob o comando de Paulo Baier: contra Ituano (1 x 0), Ypiranga (2 x 1), Novorizontino (1 x 0) e Paraná Clube (2 x 0). O atual técnico do Tigre somou quatro empates, sendo dois na Copa do Brasil contra o América Mineiro e dois na Série C, contra São José e Oeste. 

Baier comemorou a sua sequência de oito jogos invictos como técnico do Tigre. "O torcedor deve estar em êxtase. Resgatamos o Criciúma, são oito jogos sem perder (sob o comando de Baier) e tomamos apenas um gol na Série C, com a defesa menos vazada e conseguindo buscar gols e as vitórias. É de impressionar", disse o técnico em coletiva após o jogo contra o Paraná. Atualmente, o Tigre tem a melhor campanha geral da Série C, com 14 pontos em seis jogos, e está nas oitavas de final da Copa do Brasil.

Outras séries

Em 1986, alternando entre Série B e Série A do Brasileirão, o Criciúma enfileirou 11 jogos sem derrotas em competições nacionais - iniciou em 1984, empate contra o Internacional na seletiva do Brasileirão. Em 1985, o Tigre não disputou o Brasileirão e, em 1986, jogou o Torneio Paralelo, com seis vitórias e dois empates.

Naquele mesmo ano jogou a Série A do Brasileirão, iniciando com dois empates, contra Corinthians e Internacional, sendo derrotado na terceira rodada para o Vasco da Gama, por 2 x 0, dando fim à invencibilidade. A série de jogos sem perder iniciou no empate do time comandado por Paulo Coutinho contra o Internacional em 1984 e teve com o técnico Zé Carlos seis vitórias e quatro empates em 1986.

Campeão em 2006

A maior série invicta do Tigre em competições nacionais aconteceu na Série C de 2006, sob o comando de Guilherme Macuglia. Foram 13 jogos sem perder, após ser derrotado contra o Ipatinga na estreia do hexagonal final. Foram nove vitórias e quatro empates - os dois últimos na Série B de 2007 já sob o comando de Gelson. A sequência encerrou-se com a derrota contra o Barueri, por 2 x 1, na terceira rodada da B de 2007.

Macuglia chegou ao Tigre no quadrangular semifinal da Série C daquele ano, depois de ser procurado por Moacir Fernandes após uma derrota contra o América Mineiro. O técnico assumiu e levou o time à série invicta no quadrangular final. "Nós tínhamos um grupo bom, fizemos alterações que deram certo e o time tornou-se praticamente imbatível", recorda o técnico.

"Mexemos na estrutura da equipe. O Douglas era reserva quando cheguei, eu já o conhecia de outras equipes e, com toda aquela qualidade técnica, eu não aceitava que ele fosse reserva. Fizemos trabalho para recuperar a parte física para ele nos ajudar. O meia-esquerda era o Fernandinho, passamos ele para a ala e mudamos para o 3-5-2. Colocamos o Sílvio Criciúma, com Rodrigo e Cláudio Luiz na zaga. Priorizamos a técnica e encaixou bem o Fernandinho como ala", lembrou Macuglia.

Segundo o técnico, o desafio naquela temporada foi equilibrar as vaidades do elenco, inclusive com alterações em lideranças do elenco, com o goleiro Fabiano e o capitão Dejair indo para o banco, além de ter que negociar com o grupo e a diretoria os vencimentos atrasados dos atletas. "O Criciúma estava com dificuldades financeiras. A gente teve que administrar isso no vestiário", relatou Macuglia.

"Não sei se o presidente não tirava (dinheiro) do bolso. A diretoria foi inteligente em saber levar o grupo até o final. Recordo que eu chegava para dar o treino e os jogadores já diziam 'professor, precisamos falar'. Eu já sabia o que era, às vezes chamava o diretor para dar a explicação, às vezes a gente mesmo contornava. Aquelas coisas de vestiário", conta o técnico.

O título da Série C veio após a goleada por 6 x 0 contra o Vitória de David Luiz, Leandro Domingues e Marcelo Moreno. "Tudo se resume ao trabalho e à capacidade dos jogadores. Quando tu consegue encaixar as características de jogadores em prol do sistema de jogo, mas é claro que tivemos que administrar vaidades nesse período. Era mérito da direção, na formação de um grupo homogêneo. Nós armamos da melhor maneira para explorar as características individuais de cada um", conclui Macuglia.

Marca a ser batida

Para igualar a sequência feita por Macuglia e concluída por Gelson, Paulo Baier tem que se manter invicto em mini-maratona ao estado de São Paulo: enfrenta na sequência da Série C o Botafogo de Ribeirão Preto e o Mirassol, quarto e sexto colocados do Grupo B, respectivamente.

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