O duelo desta quarta-feira, 2, pela Copa do Brasil coloca frente a frente dois clubes tradicionais no cenário nacional: Criciúma e América Mineiro. No dia em que completa 30 anos da conquista da Copa do Brasil, o Tigre quer quebrar uma barreira que se ergueu em 1996: a da terceira fase da competição.
Assim que definido o confronto na terceira fase da atual edição, o técnico Lisca, comandante do América Mineiro desde o ano passado, exaltou a tradição do Tigre na competição. Mesmo com o Coelho em melhor fase nas últimas temporadas, com o vice-campeonato da Série B em 2020, o discurso é de cautela no bairro do Horto, sede do América.
"Vamos tentar aproveitar o fator casa, mesmo que não tenhamos torcida, é onde estamos acostumados a jogar. Usar os atalhos e as referências do campo. Vamos respeitar demais o Criciúma, um clube muito tradicional, principalmente nesta competição, mas precisamos jogar e levar vantagem para o segundo jogo em Santa Catarina", afirmou Lisca após a estreia no Brasileirão, derrota por 1 x 0 para o Athletico Paranaense.
O América, sob o comando de Lisca, conseguiu, no ano passado, sua melhor participação na história na Copa do Brasil, quando foi semifinalista, deixando para trás equipes como Internacional e Corinthians, esbarrando no futuro campeão Palmeiras - empate em 1 x 1 na Arena Palmeiras e derrota por 2 x 0 no Independência
Ao todo, o Coelho tem 22 participações na competição nacional: foi eliminado na primeira fase em oito edições, na segunda em outras oito, caiu duas vezes na terceira fase e disputou duas vezes as oitavas de final - em 1998 e em 2018, quando entrou direto nesta etapa da competição por ter sido campeão da Série B em 2017. Em 1997, o clube foi eliminado ainda na etapa preliminar para o Bahia.
Já o Tigre, campeão de 1991, semifinalista em 1990 e duas vezes classificado às quartas de final, em 1992 e 1996, tem 20 participações na Copa do Brasil. Assim como o América Mineiro, o Criciúma aproveitou o aumento de participantes por edição na última década, e disputou as últimas nove temporadas da Copa.
O clube participou pela última vez de uma etapa de oitavas de final em 2008; nesse ano, equivalia à terceira fase da competição. Assim, o Tigre não ultrapassa a barreira do terceiro mata-mata desde 1996, quando jogou as quartas de final e foi eliminado para o Grêmio.
São cinco eliminações na terceira fase (2006, 13, 15, 17 e 19), seis na segunda fase (1999, 2002, 03, 09, 12 e 18) e apenas quatro na primeira (1994, 2014, 16 e 20). Quem avançar entre América e Criciúma, partida de ida nesta quarta às 21h30 e a de volta na quarta da semana que vem, no mesmo horário, no Majestoso, avança às oitavas de final e garante mais R$ 2,7 milhões aos cofres: até o momento, ambos já arrecadaram R$ 2,935 milhões na competição.
Tradição
O América Mineiro é o terceiro maior campeão Mineiro, com 16 conquistas. Assim como o Tigre, tem três conquistas nacionais, mas nenhuma de elite: duas Série B (1997 e 2017) e uma Série C (2009). O clube disputou apenas uma vez a segunda divisão estadual, em 2008, quando foi campeão do Módulo II. No âmbito regional, o Coelho tem ainda o título da Copa Sul-Minas de 2000.
Desde que foi campeão da Série C de 2009, o América Mineiro frequenta as duas primeiras divisões nacionais. Na última década, jogou sete temporadas a Série B, sempre lutando na parte de cima, e três vezes a Série A, sendo rebaixado em todas.
O Tigre, a exemplo do Coelho, passou a década passada entre a Série A e B, exceto na última temporada, quando disputou a Série C. Foram sete edições de Série B e duas em Série A, de forma consecutiva em 2013 e 2014.S