A casa de um policial militar foi alvo de disparos de arma de fogo, na noite de terça-feira, dia 5. O ato criminoso ocorreu por volta das 22h30, no bairro São Sebastião, em Criciúma, porém, esta foi a segunda vez que o local foi alto de tiros. No momento da ação não havia ninguém no imóvel, pois o policial estava de serviço e atuava na operação que a Polícia Militar (PM) desencadeou no último sábado, dia 2; já a família dele estava em outra localidade. Inclusive, desde o início da operação, este foi o primeiro atentado criminoso registrado pela PM.
Segundo os vizinhos, foram efetuados diversos disparos contra o local, sendo que, pelo menos, quatro deles atingiram a residência do policial. De acordo com os projéteis encontrados no local, a polícia acredita que podem ser de armas de calibre 380 ou 32.
Uma casa ao lado também foi atingida pelos tiros e este morador foi quem acionou a PM. Ele informou que estava dentro do imóvel quando ouviu vários disparos vindos da rua e ligou para as autoridades. O homem relatou que de cinco a seis tiros atingiram sua morada, sendo que alguns passaram pela parede de madeira e foram parar no interior dela. A polícia informou que os projéteis são do mesmo calibre daqueles encontrados na residência do policial.
Apesar do susto do morador e de sua família, ninguém ficou ferido. A PM recebeu informações de que os disparos contra as duas casas foram efetuados por dois homens que passaram a pé pela rua. Depois da ação, um automóvel VW CrossFox de cor vermelha prestou apoio na fuga da dupla e seguiu em direção ao bairro Progresso.
Após o ocorrido, guarnições da operação militar e da Agência de Inteligência do 9° Batalhão de Polícia Militar (BPM) realizaram rondas e, por volta das 23h50, no bairro Santa Luzia, avistaram o veículo suspeito e o abordaram. No carro estavam um adolescente de 17 anos e uma mulher de 35 anos, no entanto, nenhuma arma de fogo foi localizada.
Além disto, um homem que teria envolvimento com a ação criminosa também foi detido, mas a apreensão ocorreu por conta de um Mandado de Apreensão em aberto. Ainda foram realizados procedimentos de busca com auxílio de um cachorro na casa da mulher, mas nada foi encontrado.
O que diz o comando militar
O comandante da 6ª Região de Polícia Militar (RPM), coronel Cosme Manique Barreto, classifica a ação como ato terrorista. “O policial é um agente do Estado, portanto, é mais do que um crime comum, a ação criminosa contra a casa de um policial militar ou contra ele é um atentado terrorista. Essa é a realidade que a Justiça e a comunidade precisam encarar, infelizmente”, declara.
A autoridade policial lembra que o ato não causou danos físicos em pessoas, mas também não deixa de gerar insegurança entre os policiais e, claro, na própria sociedade. “A Polícia Militar é a essência viva e fardada do Estado nas ruas, portanto precisa ser respeitada e estar segura para garantir a segurança das pessoas e do patrimônio público”, destaca o coronel.
Continuidade da operação
A operação de saturação de policiamento em bairros de Criciúma começou no último sábado e tinha previsão de encerramento para a manhã de ontem. No entanto, a ação criminosa contra a casa do policial militar alterou estes planos. Agora, segundo o comandante da 6ª RPM, não há previsão para que a operação seja finalizada. A certeza é de que, mais uma noite, a polícia estará realizando rondas e abordagens em diferentes áreas da cidade.
Desde sábado, a PM trabalha com escalas de serviço dobradas, efetivos ampliados e muitos policiais foram chamados da folga. Além de Criciúma, inclusive com o apoio do helicóptero do Serviço Aeropolicial (SAER) da Polícia Civil, a operação continua com o reforço dos Pelotões de Patrulhamento Tático (PPTs) das cidades de Içara e Araranguá.