Todos os corredores rodoviários estratégicos de Santa Catarina precisam de amplos programas de melhoria. Esta foi a tese central defendida pelos engenheiros Ricardo Saporiti e Saulo Noronha, consultores da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) para a área de transporte e logística, durante o segundo dia de oficinas on-line sobre corredores logísticos e a infraestrutura do estado, nesta quarta-feira, 28. O evento se encerra com mais um debate, nesta quinta (29), a partir das 14 horas.
"Temos que levar essas demandas ao Ministério da Infraestrutura e buscar uma solução que, diante da impossibilidade de investimentos públicos, contemple a participação da iniciativa privada", disse o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. "A infraestrutura é um problema grave para Santa Catarina, mas não podemos nos inibir e devemos buscar soluções", acrescentou, ressaltando a qualidade técnica dos estudos apresentados pelos consultores da FIESC.
Saporiti e Noronha apresentaram o estudo que realizaram para a FIESC e no qual identificaram os principais eixos de transporte rodoviário em cada região do estado. As melhorias necessárias citadas pelos dois engenheiros implicam, por exemplo, na duplicação de segmentos críticos, implantação de terceiras faixas também em pontos críticos, acostamentos e, nos núcleos urbanos, ciclovias, melhorias de raios de curva, travessias urbanas planas ou aéreas, problemas ambientais e desapropriações, entre outros serviços diversos, que aumentem a segurança e a velocidade média de tráfego – para no mínimo 60 quilômetros por hora. "Todo o planejamento estratégico passa pela política e determinação de estabelecer os corredores estratégicos rodoviários", sustentou Noronha. Ele defendeu a existência de um programa de manutenção programada, efetiva, periódica e emergencial.
Para Ricardo Saporiti, uma estrada mal conservada implica no aumento do custo do transporte e na competitividade das indústrias. "Uma estrada ruim acresce o consumo de combustível em 58%, aumenta o custo operacional das transportadoras em 40%, o índice de acidentes, em 50% e o tempo de viagem em 100%. Tudo isso significa custo", disse.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Santa Catarina (Sicepot-SC) e ex-presidente da SCPar, Gabriel Vieira, defendeu, para situações em que não haja possibilidade de implantar praças de pedágio, que as concessões de manutenção de rodovias sejam realizadas no modelo PPP (Parceria Público-Privada) Administrativa. Nesse modelo, o Estado realiza um contrato de longo prazo para manutenção da rodovia e remunera a empresa sem que haja cobrança de pedágio. "Temos um patrimônio avaliado em mais de 21 bilhões de reais que precisa ser preservado", disse, referindo-se aos 6 mil quilômetros de rodovias estaduais de Santa Catarina, sem contar os 2,2 mil quilômetros de rodovias federais que existem no território catarinense.
Programação
Em seu terceiro e último dia, nesta quinta, a partir das 14 horas, a oficina tratará da visão sobre os corredores logísticos estratégicos catarinenses. Confirmaram participação Ronaldo Carioni, superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina; Thiago Vieira, secretário de Infraestrutura e Mobilidade do Estado de Santa Catarina; e Ari Rabaiolli, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc).