O Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) foi estadualizado em dezembro do ano passado, quando teve sua ala materna, finalmente, inaugurada. Nesses praticamente dois meses e meio vem registrando aumento nos atendimentos, já foram mais de 400 partos realizados. Por outro lado, ainda há demandas que precisam ser tiradas do papel como a construção de uma ala para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto para atendimento às mães e uma sala adequada para o funcionamento do tomógrafo.
Todos esses dados foram repassados pelo diretor do Ideas, que administra a unidade hospitalar, Danilo Campos Pavarine, e pelo secretário-executivo da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Acélio Casagrande, que utilizaram o espaço da Tribuna Livre, na Câmara de Vereadores de Criciúma, na sessão de ontem à noite. A proposição foi do vereador Paulo Ferrarezzi (MDB).
“O hospital está estadualizado, foram mais de 400 partos em dois meses, já há algumas cirurgias maternas sendo realizadas, mas temos que avançar mais, não podemos nos acomodar”, salientou Casagrande. “Quando uma criança precisa de uma especialidade um pouco mais complexa ainda precisa ser encaminhada ao Joana de Gusmão, em Florianópolis, ou ao Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, e isso ainda é um incomodo”, salienta o secretário-executivo, que ainda acrescenta que é preciso realizar reuniões de trabalhos e unir forças em busca de uma solução para a implantação de mais especialidades no Santa Catarina.
Outro ponto detalhado por Casagrande é que, em dezembro, o Governo do Estado, colocou uma tomógrafo na unidade hospitalar, mas que não pode ser utilizado por falta de espaço adequado e as crianças precisam ser transferidas para realizar o exame no Hospital São José. “Temos as UTIs neo e pediátricas, mas ainda é necessário leitos adultos para que as mães sejam atendidas em caso de necessidade. Nesse caso também há transferência para o São José”, explica o representante da Amrec.
Atualmente, o Santa Catarina conta com 17 leitos de UTI e outros 10 intermediários. “Com essa estrutura, o Santa Catarina é o maior hospital materno de Santa Catarina, é preciso ampliar sua capacidade de atendimento”, enfatiza Casagrande.
O secretário-executivo da Amrec coloca que para debater todos essas temas, irá chamar uma reunião do Conselho de Avaliação e Fiscalização e que também, junto com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), levará essas demandas ao secretário de Saúde do Estado, Helton de Souza Zeferino, na próxima quinta-feira.
O diretor do Ideas relatou que já há projetos em execução tanto para a sala que receberá o tomógrafo, quanto para a ala de UTI adulto.
Atendimentos em crescimento
“O hospital está em um processo de ampliação, em fase de adaptação. É um hospital que na sua concepção consta no nome materno e, enfim, a parte materna foi colocada em prática. Em 71 dias já foram 425 partos”, citou Pavarine.
O diretor ainda traz outros números. Entre materno e infantil, os 15 dias contabilizados em dezembro registraram 1.523 atendimentos, em janeiro foram 3.379 e em fevereiro, ainda incompleto, são 3.066. “Isso vai dobrar com a inauguração da Central de Material Esterilizável (CME)”, projeta. “A taxa de ocupação também é crescente. Passamos de 53% para 70% em janeiro”, complementa Pavarine.
Sobre os repasses
O contrato do Governo do Estado com o Ideas é de R$ 3,2 milhões ao mês, mas para que esse repasse seja completo é necessário que os atendimentos atinjam a meta. Como não há o funcionamento completo, esse repasse não veio por inteiro nos meses de dezembro e janeiro.
Tanto Casagrande quando Pavarine tranquilizaram os vereadores a respeito desta situação e garantem que não há qualquer risco.
Com o funcionamento da CME, o HMISC deverá atingir a meta. “Com todas as habilitações necessárias, com a Rede Cegonha, com o aditivo do Banco de Olhos, acreditamos que o repasse irá ultrapassar os R$ 3,2 milhões”, destaca o diretor do HMISC.