Ainda em meio à enchente que assolou o Rio Grande do Sul e ceifou dezenas de vidas, não há projeções do tamanho do prejuízo econômico que a tragédia deixará. Segundo o presidente da Acic (Associação Empresarial de Criciúma), Valcir Zanette, o fato deve impulsionar os preços em todo o Brasil.
“Nós não temos números, nesse momento, nós estamos preocupados com outras coisas, ou seja, com ajudar a população do Rio Grande do Sul. Mas nós temos consequências”, frisou. “Menor produção, quer dizer mais custos, consequentemente, aumento de preços, e isso tem reflexo na inflação. Sem dúvida, isso tem reflexo em todo o Brasil”, completou o presidente.
Além de arroz, soja e milho, o estado vizinho também é grande produtor de carnes e aço. Os preços desses setores devem crescer em todo o país, a começar por Santa Catarina. Não há previsão do tempo necessário para recuperar o prejuízo deixado pela enchente, mas o líder do setor empresarial em Criciúma alerta: “a recuperação não é de uma hora para outra”.
Empresários buscam matéria em outros estados
Na região Sul de SC, muitos empresários possuem fornecedores no RS. Consequentemente, eles estão produzindo menos ou estocando produto. No caso de matéria-prima, por exemplo, eles estão buscando em outros estados, resultando em um custo maior.
“O custo sendo maior, tem prejuízo, ou seja, tem resultado negativo. O Rio Grande do Sul é considerado grande produtor de grãos, soja, arroz, milho e o que aconteceu? Eles tinham colhido em torno de 70 a 80%. 20 a 30% ficou sem colheita. Com isso, vai ter reflexo no abastecimento, vai aumentar os custos, vai aumentar os preços”, concluiu Zanette.