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Tragédia no RS: “podemos esperar que isso aconteça com mais frequência”

Segundo especialista, desastre foi previsto, porém havia poucas formas de evitá-lo

Por Giovana Bordignon 03/05/2024 - 14:49 Atualizado em 03/05/2024 - 15:07
Foto: Diego Vara/Reuters
Foto: Diego Vara/Reuters

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As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) afetaram mais de 130 municípios. A tragédia chocou os brasileiros, que se perguntam por que ocorridos do gênero se tornaram tão frequentes e cada vez mais intensos. Segundo a professora de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora Marina Hirota, “podemos esperar que isso aconteça com mais frequência”.

A especialista aprofundou o assunto no programa Adelor Lessa desta sexta-feira (3). Ouça a entrevista completa:

“A gente já tem evidência substancial e científica de que esses eventos extremos acontecerão com muito mais frequência, muito mais intensidade, por conta do aquecimento global e das mudanças climáticas. O clima tem uma variabilidade natural, é uma mistura do que a gente naturalmente esperaria com o incremento substancial desse aquecimento, que deixa a situação um pouco menos previsível”, explicou a professora.

Desastre no RS foi previsto

O desastre no estado vizinho pôde ser fácil e precisamente previsto. Porém, segundo Marina, havia poucas formas de evitá-lo. “Quanto mais rápido você consegue prever esse tipo de evento, mais rápido você consegue tentar evacuar uma região. Mas no caso do Rio Grande do Sul, é uma área muito grande, é muito difícil conseguir evacuar mesmo com a previsão e alertas”, ressaltou.

Mesmo que seja possível fazer a evacuação adequada, o retorno para as áreas é bastante desafiador, muitas famílias perdem os móveis, a moradia, o transporte, e a cidade acaba em uma situação de calamidade. “Você diminui a previsibilidade desses eventos, especialmente na intensidade, e tem perdas socioeconômicas muito substanciais”, disse marina.

Como evitar desastres como o do RS

Diante desse cenário, é importante a existência de uma Defesa Civil forte e previsões meteorológicas precisas, permitindo a implementação de medidas de evacuação e preparação, mesmo que sua eficácia completa seja difícil de alcançar.

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