Segundo painelista a expor suas ideias durante o Fórum Içara do Amanhã, o economista e gerente para assunto de infraestrutura logística e sustentabilidade da Fiesc, Egídio Martorano, destacou a proatividade e a vocação da região. Segundo ele, Santa Catarina sofre muito em relação aos transportes, já que não está entre os principais exportadores do país.
“Santa Catarina está inserida no contexto de logística nacional? Não, não está inserida. Isso aqui é um planejamento federal. É isso que define a rede prioritária de transportes no Brasil. Se olharem para o Sul, não tem um porto catarinense. Santa Catarina não existe quando olha a rede prioritária nacional”, disse.
Segundo ele, isso poderia ser alterado devido a parcerias entre empresários e o setor público. É preciso pensar em obra atrativas, para que investidores de fora venham até o Sul Catarinense. Para Martorano, quando se fala em futuro, é preciso pensar no agora.
“Nós fizemos uma pesquisa com 60 prefeituras do estado, o resultado apontou que para ter investimento em logística era preciso ter planejamento a longo prazo. Em 60% dos nossos municípios não há planejamento, então a primeira palavra é pro atividade”, citou.
O transporte intermodal
Martorano pensa que é preciso investir nos transporte intermodais, conectando portos e aeroportos, oferecendo boas estradas, que devem ser conservadas para evitar prejuízos maiores com revitalizações. E citou um exemplo de como deve ser feito, porque, segundo ele, investir apenas em uma modalidade de transporte não é o ideal.
“Temos o projeto da ferrovia litorânea para ligar os quatro portos, para mim tá fadada ao insucesso, são mais de 230 quilômetros. Tem a ferrovia Leste-Oeste, a Ferrovia do Frango, é inviável fazer isso para transportar frango”, disse. “A Fiesc entende que se faça um conjunto modal interligado, que traga todos os insumos que a indústria precisa”, completou.
A logística catarinense é complicada
Segundo o economista da Fiesc, não é preciso construir apenas ferrovias ligando os portos. É preciso identificar a vocação de Içara, quem sabe apostando no Aeroporto de Imbituba. E em nível estado, a situação é diferente do que nos vizinhos, já que a indústria é mais espalhada.
“Santa Catarina é um estado diferente, tem que ter outro tipo de planejamento. O Paraná concentra toda a sua produção em três mesorregiões de um total de nove. Em São Paulo, 60% de sua produção está concentrada em duas regiões de 12. Em Santa Catarina 90% da produção está em cinco das seis regiões”, afirmou.