Dos 38 anos como policial civil, 30 foram passados na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Criciúma. Com todo esse tempo na bagagem da experiência, a agente Creusa Maria Longuinho garante que, durante as três décadas de funcionamento da delegacia especializada, muitas conquistas foram obtidas, principalmente em relação ao combate à violência doméstica.
Nesta semana, a fundação das DPCAMIs completou 30 anos em toda Santa Catarina. “No início era eu e mais duas agentes, além de uma escrivã. A lida era muito difícil, na época não existia uma lei que representasse as mulheres, então eram lavrados apenas Termos Circunstanciados. Com o avanço da legislação e tecnologia, hoje por meio da Lei Maria da Penha, já podemos instaurar inquéritos policiais, conseguir medidas protetivas. A delegacia também foi tendo mais avanços e policiais, se tornando realmente um local especializado no atendimento à criança, adolescente infrator e vítima, mulher e idoso”, conta Creusa.
Mais coragem e aceitação
Com o passar do tempo, a agente avalia que a existência da DPCAMI e da legislação em defesa das mulheres fez com que as vítimas passassem a procurar mais por socorro. “Sinto que a gente já fez bastante pela sociedade de Criciúma e que as mulheres estão tendo mais coragem de procurar a delegacia para fazer o registro contra os companheiros”, destaca.
“E como policial, fico contente com o avanço que nós mulheres policiais civis também conquistamos, uma vez que, atualmente, somos mais valorizadas até pelos nossos agentes e delegados. Mostramos para eles que temos a mesma competência em fazer o trabalho e que não são só os homens que podem ir para a rua. Antigamente éramos bastantes criticadas, eles preferiam fazer todo o trabalho, já hoje saímos para cumprir mandados e fazer blitze normalmente, muitas vezes começamos às cinco da manhã e seguimos até terminar o dia”, acrescenta Creusa.
Ainda que já tenha cumprido os 25 anos necessários para a aposentadoria, a agente da DPCAMI garante que ainda permanecerá por muito tempo atuando na delegacia de Criciúma. “Eu amo a minha profissão, minha camisa, e enquanto tiver saúde e disposição quero ficar. Mesmo já tendo sofrido atentados, não desisto, vou seguir dando meu suor enquanto conseguir”, finaliza.