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Turismo: com ingressos a R$ 102, Parque Nacional Aparados da Serra enfrenta crise

Valores exorbitantes e falta de investimentos afastam os turistas

Por Vitor Ávila 01/10/2024 - 09:26 Atualizado em 01/10/2024 - 09:44
Foto: Arquivo/ 4oito
Foto: Arquivo/ 4oito

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A situação dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, sob concessão da URBIA, tem se tornado motivo de preocupação para a região. A concessionária, que assumiu a administração dos parques com promessas de grandes investimentos e aumento do fluxo de turistas, mas segundo o coordenador regional de Cultura e Turismo da AMESC, Jorge Scandolara, não tem cumprido as expectativas. Ele ainda acredita que o preço dos ingressos, atualmente em R$ 102,00 por pessoa, tem sido um dos principais fatores que afastam os visitantes.

"Esse valor está completamente fora da realidade do que é oferecido. Quando a concessão foi anunciada, a promessa era de grandes obras e melhorias que atrairiam mais turistas, mas isso não aconteceu", afirmou o coordenador.

Ele concedeu entrevista ao Programa Adelor Lessa da Rádio Som Maior nesta terça-feira (1): (matéria continua após o áudio)

Além dos preços elevados, a comunidade local e os operadores de turismo relatam que os investimentos esperados, como mirantes de vidro, pontes suspensas e outras atrações de grande porte, não foram realizados. "A URBIA fez algumas melhorias em infraestrutura básica, como banheiros e restaurantes, mas os grandes projetos que fariam jus ao ingresso caro não saíram do papel", acrescentou.

A concessionária alegou que a operação dos parques é deficitária e solicitou ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) um reequilíbrio financeiro, sinalizando até a possibilidade de fechar os parques. "A situação se agravou com as condições climáticas adversas no Rio Grande do Sul, que reduziram o número de visitantes, mas o problema central continua sendo o alto custo para o turista. Uma família de cinco pessoas, por exemplo, paga mais de R$ 500 apenas para entrar no parque. Isso inviabiliza o turismo", explicou Scandolara.

Ele acredita que o governo federal precisa rever o contrato de concessão. "Hoje, a população e os empresários que investiram na região estão reféns de um contrato mal executado. A promessa de desenvolvimento que traria benefícios para os municípios não foi cumprida, e o turismo, que depende dos parques como principal atrativo, está estagnado. Precisamos de um reequilíbrio entre os preços, a infraestrutura e o fluxo de turistas para que o parque possa cumprir seu papel no desenvolvimento da região", concluiu.

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