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Turismo e cultura lamentam momento, mas focam no futuro

Primeiros a parar e certamente os últimos a retomarem atividades, eventos buscam estratégias para saírem fortalecidos da pandemia

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 11/08/2020 - 16:25 Atualizado em 11/08/2020 - 16:31
Festa da Gastronomia de Nova Veneza, um dos maiores sucessos da região / Fotos: Divulgação
Festa da Gastronomia de Nova Veneza, um dos maiores sucessos da região / Fotos: Divulgação

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Festa das Etnias, Festa da Gastronomia, Festa do Vinho, Festa da Tainha, Festa do Agricultor. Boa comida, boa bebida, bons shows. Por enquanto, tudo isso apenas no imaginário e na lembrança daqueles que já estiveram em um destes ou de outros grandes eventos da região.

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), veio para atrapalhar também os setores do turismo, da cultura e de eventos que veem a retomada ainda distante e, enquanto isso, amargam prejuízos que se acumulam mês a mês.

Por enquanto, ainda é difícil expressar qual foi o impacto direto em cada município, aponta a presidente do Colegiado de Cultura e Turismo da Amrec e diretora de turismo de Orleans , Anny Baggio. “Cada um tem a sua peculiaridade. Alguns mais adiantados, outros não, mas tanto a cultura quanto o turismo sofrem impacto forte, sendo que os eventos da região estão todos cancelados, com previsão e retomada só para o ano que vem”, ressalta.

Em 2019, Criciúma teve mais uma edição da Festa das Etnias

Anny diz que o turismo é pouco menos impactado porque as cidades conseguem receber os visitantes de maneira controlada, respeitando as regras para evitar a maior disseminação do vírus e que, neste momento, cada município trabalha de forma individualizada.  “Ficou difícil a gente trabalhar integrado neste momento, porque o que mais vai se destacar agora é a questão do turismo regionalizado. Quem às vezes não conhecia a região, agora busca esta opção pro ser mais segura a viagem de carro neste momento e por não ter desgaste de pegar transporte aéreo. É tudo muito novo para nós também. É muita informação, muita teoria e pouca prática, mas temos certeza que sairemos ainda mais fortes desta pandemia”, relata.

Em Orleans, por exemplo, cidade onde Anny é diretora de Turismo, os eventos também estão todos cancelados. Em setembro teremos uma com o CDL para verificar como será o Natal, seguindo todas as orientações dos profissionais em saúde. É muito cedo ainda para dizer se vai retorno ainda neste ano. Estamos aguardando”, cita.

Divulgação de documentário em "stand by"

Em novembro do ano passado, o  Colegiado de Cultura e Turismo da Amrec lançou o Projeto Quatro Estações – Turismo o Ano Inteiro, através de um documentário que apresenta as potencialidades turísticas e culturais de cada um dos 12 municípios da Região Carbonífera. A inciativa foi possível através de uma parceria com a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). 

Na época, um teaser do material foi apresentado e o audiovisual, segundo Anny, chegou a ser em março de 2020, mas devido à pandemia, a iniciativa precisa esperar. “Vamos trabalhá-lo pós-pandemia. Em março até lançamos ele, está em algumas redes sociais, mas vamos focar mesmo quando retornar o setor”, explica.

Vídeo do Colegiado de Cultura e Turismo da Amrec em parceria com a Alesc destaca pontos turísticos e a cultura dos 12 municípios:

Levantamento

Também segundo a presidente do colegiado, foi realizado um levantamento dos eventos cancelados e praticamente todos os municípios tiveram os planos frustrados pela pandemia. “As festas maiores como aniversários ou aconteceram de forma online ou estão adiadas até um segundo momento”, salienta.

Para Anny, a retomada do setor após a pandemia, ficará a cargo de cada cidade, mas a união também deve contribuir para superar o difícil momento. “Para a retomada, vai ficar muito a cargo de cada município. Cada um vai ter que fazer o seu dever de casa. Mostrar o que cada município tem, valorizar os seus produtos. Esta é a maneira de atrair o turista para a nossa região. É claro que se conseguir atrair o turista par aos municípios ao redor, será muito mais fácil”, fala.

Da serra ao mar

A Amrec tem também no turismo regionalizado a sua força e isso deve contribuir no pós-pandemia. “O turismo regionalizado é algo bem forte e nós temos os atrativos na nossa região que vai da serra ao mar, as belezas naturais. É a nova maneira de fazer turismo e nós conseguimos contemplar todos os atrativos aqui na nossa região. O nosso diferencial é a união dos municípios e estamos sempre nos ajudando, se colocando no lugar do outro. Sempre convidamos o turista a ficar na região, indicamos os hotéis, restaurantes, tudo da nossa região”, salienta.

Agora, o Colegiado de Cultura e Turismo da Amrec faz, junto ao Governo do Estado, um plano de retomada. “Mas é tudo ainda incerto porque não sabemos exatamente quando vai terminar esta pandemia, mas a intenção é trabalhar o turismo regional”, diz.

Auxílio

Para Anny, outro fator que ajudará o setor da Cultura é o Auxílio Emergencial do Governo Federal, através da Lei Aldir Blanc. No momento, todos os municípios estão fazendo o cadastro de pessoas físicas, jurídicas e espaços culturais para fazer o mapeamento de quem pode receber o benefício, já que quem já teve acesso ao Auxílio Emergencial de R$ 600 não pode receber o Auxílio da Cultura.

No setor de eventos, a reinvenção ou busca por outro segmento

Devido aos problemas gerados pela pandemia, muitas pessoas que trabalhavam com eventos já procuraram outro segmento, ou se reinventaram, afirma a representante do setor, Daiane Savi. Segundo ela, o setor é amplo e o que mais gera economia, mas, em contrapartida, é o que mais está sofrendo no momento. “Entendemos a situação por se tratar de saúde, mas não temos amparo nenhum através dos governantes. Eventos é uma dinâmica rápida e de mudanças, tudo gera evento, desde uma reunião até mesmo um show. Cremos que terão mudanças e devemos nos adaptar ao novo pós-pandemia. As festas continuaram e a tendência é aumentar, até porque todos gostam de comemorar, mas também sabemos que muitas delas serão mais intimistas. Em casa, com seus familiares. Mas não deixando de comemorar. Quanto aos eventos com proporções maiores, também terão e quem não quer ir aquele tão sonhado show de algum famoso na região após tudo isso passar?”, questiona.

Festa do Vinho costuma arrastar multidões em Urussanga

Demissões

Daiane lamenta que muitas demissões e fechamento de empresas já ocorreram nestes últimos meses. “Não sabemos exato quantidade, pois são muitos CPFs e CNPJs. Mas até semana passada mais de 10 empresas da Amrec tiveram suas atividades encerradas”, fala.

“E de repente tudo parou!”

A representante do grupo de eventos, enfatiza também a importância das pessoas do setor. “Muitas pessoas são envolvidas para a realização desses eventos. Doceiras, boleiras, buffet, seguranças, sonorização, luzes, bandas, DJ, montagem e desmontagem de palco, decorador, promoter, fotógrafo, filmagem, casa de eventos, feiras, palestras, show. Ou seja, são muitas e muitas pessoas que se movem para entregar esse momento. E de repente tudo parou. Fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar, mas somos pessoas que queremos respeito e voz, afinal tanto você como eu dependemos de uma pessoa que realiza evento”, salienta Daiane, que diz acreditar na retomada. “Às vezes acreditamos no agora como também somente no próximo ano. Falar de eventos é até engraçado porque quando menos esperamos nos reinventamos, muitos que não trabalhavam com locação, estão locando seu material, muitos que não faziam eventos em casa, estão se reencontrando nesse momento. Mudança às vezes são necessárias para assim poder se manter no mercado”, relata.

Um ano difícil

Daiane lamenta ainda o ano difícil que está sendo para todos. “O ano é de incertezas, mudanças, de não saber o que realmente fazer, apenas esperar, mas também existem muitas famílias que dependem dessa renda, que dependem desse segmento para viver suas vidas. Chega às vezes ser frustrante a maneira como somos tratados, não somos os causadores dessa pandemia e cada um tem que se responsabilizar pelo seu ato. Até esse momento respeitamos os decretos, não fomos às ruas, esperamos e esperamos, mas gostaríamos de ser ouvidos. O nosso setor é amplo e infelizmente não temos acesso ao governador para discutir a respeito, mesmo que seja um ‘não’, gostaríamos de argumentar. Sabemos que terá aquele que é contra e também aquele que é favor! Não falamos em retomada, mas falamos de respeito mesmo. Até porque passando tudo isso, eles sempre precisam do nosso setor. A economia precisa girar, elas andam juntas, economia e saúde. Precisamos achar um caminho que não prejudique, mas que possamos permanecer no mercado”, finaliza.

Tags: coronavírus

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