A pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio/SC) sobre a temporada de verão confirmou com números o que todos perceberam no período – os argentinos, nossos históricos clientes do litoral, desapareceram. Representavam 17,8% do montante de turistas em 2020 e caíram para insignificativos 0,2%. Divulgada recentemente, a pesquisa revelou mudanças importantes, com perspectivas promissoras para o próximo ano, no aumento da participação de gaúchos e paranaenses. "Existe um gigantesco desejo reprimido em viajar e desfrutar de momentos de lazer com a família", considera Emílio Schramm, vice-presidente da Fecomércio/SC. "E os destinos de até 300 quilômetros de distância das cidades de origem serão os mais procurados, por famílias vindas dos dois estados vizinhos, além dos próprios catarinenses", assegura.
P. É possível encontrar uma luz no fundo para o turismo?
Emílio Schramm – A cadeia produtiva do turismo está sofrendo muito, mas teremos boas notícias, à medida em que a pandemia se atenue, com o avanço da vacinação. O desejo de viajar e espairecer é imenso entre milhões de pessoas. São famílias que enfrentaram perdas e suportaram o confinamento e agora querem momentos justos de lazer. É uma questão de saúde mental. E o turismo regional será o destino preferencial, majoritariamente. Os hotéis fazendas, as pousadas temáticas, o turismo de aventura – essas serão as rotas procuradas. Santa Catarina é um estado riquíssimo nessas opções.
P. Que impacto essa retomada provocará na economia?
ES – O impacto será muito positivo para todos os envolvidos, pois no turismo regional predominam os empreendimentos de pequeno e micro porte e os microempreendedores individuais. Já é de domínio público o quanto o turismo é uma atividade muito abrangente na oferta de empregos e oportunidades. Essa retomada fará a diferença para a sustentabilidade da economia e, em especial, para o comércio. Apesar da lentidão na vacinação, vislumbramos um segundo semestre com uma retomada branda, mas contínua.