Fundada em 7 de abril de 1945, dissolvida em 27 de outubro de 1965, a União Democrática Nacional (UDN) está de volta. O velho partido, que viveu às turras com os antigos Partido Social Democrático (PSD) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) retorna com algumas bandeiras em comum com a extinta sigla. “Somos de direita e conservadores”, define o dentista Júlio César Lopes, de Criciúma, presidente do partido em refundação em Santa Catarina e membro do conselho político nacional udenista. Ele revelou detalhes do projeto na Carta aos Catarinenses publicada pela UDN na madrugada de sábado.
Lopes desfiliou-se do Partido Social Liberal (PSL) no último dia 28, causando surpresa, já que liderou a montagem da sigla do presidente Jair Bolsonaro em Criciúma e região, conseguindo eleger o seu filho deputado estadual. “Estamos trabalhando para homologar o partido, é uma luta árdua, mas Santa Catarina deve ser o primeiro estado a cumprir”, aponta. A meta é colher 4,5 mil assinaturas de apoio em Santa Catarina e 470 mil no Brasil para dar entrada ao processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não podemos aceitar assinaturas de apoio de filiados a outros partidos mas estamos tranquilos, pois mais de 90% dos eleitores catarinenses não têm vínculo com qualquer agremiação”, conta.
Lopes descarta a adesão, por enquanto, de quaisquer detentores de mandatos. “O partido nem existe ainda. Depois da homologação serão feitas as executivas provisórias nos municípios”, esclarece. O presidente está confiante de que a UDN poderá se organizar em tempo recorde para disputar já as eleições do ano que vem. “Aquela história de que a família Bolsonaro vem para a UDN é balela. Respeitamos o PSL, mas estamos fazendo ressurgir um partido tradicional, conservador e puro, e vamos apoiar o presidente”, garante.
Sucesso no encontro
No ato de ontem para lançar a UDN catarinense, em Lages, houve a presença de representantes de 34 municípios. “Foi uma surpresa, esperávamos de dez a 12. Velhos udenistas foram, e gente do antigo PSD também”, revela. “Escolhemos Lages pois lá estava o reduto mais forte do velho PSD, que era o nosso adversário mais ferrenho”, recorda.
O encontro de ontem contou com comitivas de Criciúma, Lages, Erval Velho, Joinville, São Joaquim, Barra Velha, Timbó, São Miguel d’Oeste, Anchieta, Concórdia, Curitibanos, Itajaí, Brusque, Chapecó, Joaçaba, Caçador, Santa Cecília, Florianópolis, Alfredo Wagner, Otacílio Costa, Xanxerê, Bocaina do Sul, Garopaba, Paulo Lopes, Palhoça, Bom Jardim da Serra, Gaspar, Indaial, Biguaçu, Blumenau, Jaborá, Ouro, Campos Novos e Rio das Antas.