A venda de móveis apresentou um crescimento de 4,2% em 2024, mostrando um desempenho sólido no setor varejista.
O segmento de móveis, especificamente, registrou uma alta de 5,9% no acumulado do ano, enquanto os eletrodomésticos avançaram 3,9%.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e demonstram uma recuperação significativa do mercado, especialmente nos últimos meses do ano.
Em dezembro de 2024, a venda de móveis teve um aumento de 0,7% em relação a novembro, consolidando uma trajetória de alta.
Quando comparado ao mesmo mês de 2023, o setor apresentou um expressivo crescimento de 10,2%.
O destaque ficou para os móveis planejados e itens de grande porte, como cozinhas moduladas e guarda-roupas, que impulsionaram o setor.
Oscilações ao longo do ano e recuperação do mercado
O desempenho da venda de móveis ao longo de 2024 foi marcado por oscilações.
Nos primeiros meses, o setor apresentou crescimento significativo, com alta de 4,1% em janeiro e 1,2% em fevereiro, impulsionado por promoções de início de ano. Entretanto, março registrou queda de 2,4%, indicando uma desaceleração temporária no consumo.
Abril trouxe uma recuperação de 2,4%, mas maio teve retração de 1,2%. Em junho e julho, a venda de móveis voltou a crescer, com altas de 2,6% e 1,4%, respectivamente.
Contudo, agosto e setembro registraram quedas consecutivas de -1,6% e -2,9%, impactadas por fatores econômicos.
A virada começou em outubro, com um expressivo crescimento de 7,5%, impulsionado por promoções sazonais e o aumento da demanda por produtos como mesas de jantar, sofás e cozinhas planejadas.
Novembro teve um leve recuo de 2,8%, mas dezembro voltou a registrar crescimento de 0,7%, consolidando a recuperação do setor.
Em comparação com 2023, os resultados foram ainda mais positivos. Fevereiro registrou um aumento de 3,7%, abril teve uma alta de 8% e junho subiu 6,7%.
O destaque foi outubro, com crescimento de 9,9%, seguido por dezembro, que atingiu 10,2% de aumento na venda de móveis.
Receita do setor e impacto no varejo
Além do volume de vendas, a receita nominal do setor também cresceu. Em dezembro, houve um aumento de 0,6% em relação a novembro e 10,3% na comparação com dezembro de 2023.
O segmento de móveis teve uma variação acumulada positiva de 7,6% no ano, impulsionado pelo aumento dos preços e pela valorização de itens como racks, estantes e armários de cozinha.
A venda de móveis não apenas cresceu em volume, mas também em ticket médio, com consumidores investindo mais em peças de maior valor agregado, como sofás modulares e mesas de jantar com acabamento refinado.
Varejo geral atinge maior crescimento desde 2012
O varejo como um todo registrou um crescimento acumulado de 4,7% em 2024, o maior desde 2012, quando a expansão foi de 8,4%.
Apesar disso, os últimos meses do ano mostraram sinais de estabilização, com uma leve queda de -0,1% em dezembro frente a novembro.
Segundo o IBGE, essa estabilidade reflete o alto patamar atingido ao longo do ano
"A venda de móveis e outros segmentos do varejo atingiram recordes ao longo de 2024. Apesar das oscilações, o crescimento foi sustentado, especialmente nos meses de maior demanda", destacou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Varejo ampliado e impacto da venda de móveis
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, materiais de construção e atacado, cresceu 4,1% em 2024.
No entanto, registrou quedas em novembro (-1,4%) e dezembro (-1,1%), impactadas por retrações no setor automotivo e na construção civil.
No varejo restrito, cinco dos oito segmentos pesquisados apresentaram quedas em dezembro. Os setores com maior retração foram:
-
Equipamentos de informática e comunicação: -5,0%;
-
Produtos farmacêuticos e perfumaria: -3,3%;
-
Combustíveis e lubrificantes: -3,1%;
-
Tecidos, vestuário e calçados: -1,7%;
-
Hipermercados e supermercados: -0,4%.
Por outro lado, a venda de móveis foi um dos destaques positivos, com crescimento de 0,7% no mês, ao lado dos segmentos de livros (+0,8%) e artigos de uso pessoal e doméstico (+0,6%).
No varejo ampliado, o setor de veículos caiu -0,8%, e materiais de construção recuaram -2,8%. Ainda assim, a venda de móveis se manteve como um dos pilares do crescimento do varejo.
Confira o panorama geral na tabela abaixo
Mês |
Jan. |
Fev. |
Mar. |
Abr. |
Mai. |
Jun. |
Jul. |
Ago. |
Set. |
Out. |
Nov. |
Dez. |
Crescimento |
4,1% |
1,2% |
-2,4% |
2,4% |
-1,2% |
2,6% |
1,4% |
-1,6% |
-2,9% |
7,5% |
-2,8% |
0,7% |
Ano anterior |
0,1% |
3,7% |
-4% |
8% |
2,1% |
6,7% |
8,1% |
6,4% |
-0,4% |
9,9% |
0% |
10,2% |
Tendências e perspectivas para este ano de 2025
O crescimento de 4,2% na venda de móveis em 2024 demonstra a força do setor e sua capacidade de adaptação.
A demanda por produtos como estantes, poltronas e cozinhas planejadas foi impulsionada por fatores como o aumento do home office e o interesse dos consumidores em renovar seus espaços.
Para 2025, a expectativa é de que a venda de móveis continue crescendo, com tendência de maior digitalização do setor.
O e-commerce tem desempenhado um papel fundamental no aumento das vendas, permitindo que consumidores adquiram desde uma simples mesinha de cabeceira até móveis completos para salas e quartos sem sair de casa.
A recuperação econômica, o aumento da confiança do consumidor e novas linhas de crédito devem favorecer o setor.
No entanto, desafios como a inflação e as taxas de juros ainda podem impactar o poder de compra da população.
Se as condições econômicas se manterem favoráveis, a venda de móveis poderá seguir em alta, consolidando-se como um dos segmentos mais dinâmicos do varejo.