Clésio Salvaro pode estar coçando a cabeça. Tivesse se colocado na disputa pelo Governo do Estado, estaria no jogo. Com reais possibilidades.
O fato é que a eleição está aberta. Quase todos podem chegar.
Nenhum candidato disparou. Quem tem mais, não passa de 25% das intenções de votos.
E por perto estão mais cinco, numa diferença de algo em torno de dez pontos.
Clésio é o maior ativo eleitoral do PSDB de Santa Catarina, prefeito no terceiro mandato, consagrado com mais de 85% de aprovação.
Além disso, o número alto de candidatos sinaliza para pulverização de votos, o que poderia beneficiá-lo.
Mas, passou. Agora, só em 2026, na sucessão de quem se eleger neste ano, com as circunstâncias políticas de lá, que podem não ser tão favoráveis.
A propósito, não lembro de uma eleição com tantos candidatos ao Governo do Estado. Hoje, tem oito encaminhados e podem ser nove.
Jorge Boeira e Alex Alano, de Criciúma.
E mais governador Moisés, Esperidião Amin, Jorginho Mello, Décio Lima, Gean Loureiro, Odair Tramontin e Ralf Zimmer.
Tem candidatos para todos os gostos.
O “latifúndio" Bolsonarista será dividido (e disputado) por Jorginho Mello e Esperidião Amin. Dois senadores eleitos em 2018.
Jorginho já tem muito tempo de estrada, carreira política vencedora, mas nem perto de Esperidião.
Na verdade, nenhum dos oito concorrentes encosta no tempo de jogo de Amin.
Começou prefeito nomeado de Florianópolis, quando tinha barba e cabelo, foi secretário de Transportes do Estado com menos de 30 anos, e depois governador duas vezes, senador duas vezes, deputado federal duas ou três vezes.
A esquerda tem Décio Lima, liderando a Frente Democrática.
Foi prefeito duas vezes, deputado federal vários mandatos e disputou o governo em 2018. Não fugiu da luta na pior fase do seu partido, o PT.
Agora, será o comandante do “palanque” para Lula no estado e lá no fundo sonha com uma “onda ao contrário".
A esquerda mais esquerda tem o professor Alex Alano para marcar posição, batendo em todo mundo.
A “meia esquerda” vai com Jorge Boeira. Um empresário vencedor, quatro mandatos de deputados federal, começou na política pelo PT, mas votou pela cassação de José Dirceu e o impeachment de Dilma e mudou-se para o PP.
Sem mandato, projetou eleição para governador e teve portas abertas do PDT.
No meio, estão governador Carlos Moisés e Gean Loureiro.
Moisés é o pole position. Ainda tem o perfil do novo, seu governo faz muitas entregas e conseguiu reunir um apoio político que poucos políticos conseguiram.
Mesmo assim, ainda não "disparou" nas intenções de votos. E passará a ser cobrado de maneira mais dura por equívocos do seu governo e problemas que estão angustiando as pessoas, como a crise na saúde.
Gean foi vereador, deputado e prefeito da Capital eleito e reeleito. Está de "boa”. Chapa pronta um mês antes da convenção, sem brigas, com unidade e consenso, produtora da campanha já trabalhando, programa de televisão encaminhado.
Isso é vantagem, ou benefício, em relação aos outros, mas que gera prejuízo. Porque ele fica mais afastado na mídia. Aparece menos.
Ralf Zimmer será candidato com um foco/objetivo. Bater em Moisés.
Ele esteve à frente dos pedidos de impeachment, que não deram em nada.
Por fim, Odair Tramontin. Promotor de Justiça, conservador, inteligente, teve desempenho elogiado (e surpreendente) na disputa pela prefeitura de Blumenau em 2020. Não foi eleito, mas saiu vencedor do processo. O seu desafio é ser a “surpresa”.
Enfim, muitos candidatos, mas um grupo de bom nível. Dos nove, só dois já se elegeram governador.
Mas, principalmente, ninguém pode dizer que não tem candidato que o represente.