A partir de hoje, férias.
Não porque eu quero, mas por necessidade mesmo.
Por mim, ficaria no ar, fazendo programa na Som Maior, e escrevendo aqui, todos os 365 dias do ano. Porque adoro o que faço.
Mas, o corpo pede um tempo.
É preciso parar por uns dias.
Então, o último ato do ano. Com musicas.
Confesso que sempre desafinado, nunca fui bom de ritmo. Nem pro batuque, nem pra roda de samba.
Ruim de ouvido pra cantar, tocar. Mas, adoro música.
Falo por elas, penso por elas, elas falam por mim.
Fiz com elas, o balanço do ano.
Com ela,s e por elas. As músicas.
Porque a música leva a um tempo, lembra ambientes, faz puxar pela memória.
A música embala a vida.
No tempo de balanço, avaliações e reflexões, as musicas encaminham, embalam, descrevem.
Nada mais significativo, expressivo, e sempre real, que Epitáfio, do Titãs.
Parece sempre da hora, a cada fim de ano.
Talvez porque seja a hora que o gás está acabando, a velinha apagando, e aflora o sentimento de que faltou alguma coisa, que deveria ter feito mais, ou menos.
“ Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o Sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos ”
Não parece que foi feito para cada um de nós?
Porque o ano pode ter sido maravilhoso, de conquistas e vitórias, mas via de regra a gente sempre acha que “devia ter arriscado mais, e complicado menos”.
Mas, esse ano se foi.
Não dá para voltar o relógio, nem colocar de volta as folhinhas do calendário.
Então, é olhar para o amanhã, projetar o que vem.
E ouvir o Jota Quest anunciar que “dias melhores virão”.
“ Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz
dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
O dia em que seremos melhores
Dias melhores pra sempre "
A música do Jota virou um hino nestes tempos malucos de pandemia, porque ninguém sabia o que iria acontecer amanhã, mas a fé alimentava a certeza de que iria melhorar, que dias melhores viriam.
E de vez em quando eu me via cantando Jota Quest. Para convencer, talvez.
Até que vieram os dias melhores. Finalmente.
E aí, a gente começa a se livrar da dor. De vários tipos de dor.
Dor pela perda de amigos (tantos amigos).
Dor da solidão. Da angústia.
E do medo. Medo de não vencer.
Medo de sofrer.
De novo, recorro ao Jota Quest.
“ Ei, dor
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei, medo
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou "
Medo e dor, vencidos.
Dias melhores vieram.
E é possível fazer um balanço de fim de ano mais pra cima.
De bom astral.
Projetando um voltar à normalidade na vida.
Porque é preciso voltar a viver, e caminhar.
Lembrando, e valorizando, tudo que foi superado, vencido, para se chegar até aqui.
E para continuar firme, subindo montanhas, percorrendo milhas e milhas.
Porque a vida ensina e o tempo traz o tom, com anuncia o Cidade Negra.
“ Você não sabe o quanto eu caminhei
Pra chegar ate aqui
Percorri milhas e milhas antes de dormir
Eu nem cochilei
Os mais belos montes escalei
Nas noites escuras de frio chorei
A vida ensina e o tempo traz o tom
Pra nascer uma canção
Com a fé o dia-a-dia encontro solução “
Com música no ar, muita fé, e amor no coração, que o balanço seja positivo, e que os planos e projetos para o ano novo sejam de grandes conquistas.
Muito obrigado por tudo. A todos.
Em 2022, de novo vamos pra estrada, em busca do sol, sempre por dias melhores.