As declarações do deputado eleito Julio Garcia (PSD) fragilizaram ainda mais a já combalida candidatura a governador do deputado Gelson Merísio (PSD).
Não apenas pelo que foi dito, mas pelo autor.
Julio é um dos políticos mais respeitados do estado e foi campeão de votos da coligação na eleição de 7 de outubro, depois de ter feito a campanha totalmente desvinculada de Merísio.
Ele não usou recursos do fundo partidário (porque não aceitou), não gravou programas de rádio e televisão, não participou de nenhuma reunião com Merísio e não quer saber de aproximação com ele no segundo turno.
“Se eu não fiz campanha junto com o Merísio quando eu era candidato, imagina agora que estou eleito. Eu fiz uma campanha independente e independente continuo”.
Julio disse que pelo “ambiente nas ruas” o Comandante Moisés é o favorito em Santa Catarina.
Ele não abriu voto para o segundo turno, mas disparou chumbo grosso contra Merísio.
“No segundo turno, nós temos duas candidaturas ao governo. Uma é imposta, arrogante, prepotente. Quanto a outra, eu não conheço o Comandante Moisés, nunca conversei com ele e não vou conversar até a eleição, mas pesquisei a respeito dele, fui atrás de informações, e percebo que é uma pessoa honesta, equilibrada e que representa verdadeiramente o novo, o que é muito importante nessa eleição”.
Na seqüência, arrematou: “eu não me identifico com o jeito de fazer política do Gelson Merísio”.
Nenhum adversário foi tão duro com Merísio durante toda a campanha.
Antes disso, ele havia projetado em março de 2018 que "a candidatura de Merísio ao governo é como um Titanic encalhado”.
Agora, responsabiliza Merísio pela derrota do partido na eleição de 7 de outubro. O PSD saiu menor da eleição na sua representação parlamentar.
“Isso aconteceu pela má condução da direção estadual do partido, que foi autoritária, impôs uma candidatura a governador que não era desejada, e os resultados estão aí. Foi a pior eleição do partido desde a sua fundação em 1986, pela falta de bom senso de Merisio no comando”.