O Criciúma frustrou seu torcedor mais uma vez. Quando todos esperavam uma postura diferente uma equipe mais agressiva, mordida, querendo mostrar por que são os atuais bicampeões do estado – não foi isso que se viu. Faltou coragem, ousadia e, principalmente, qualidade ofensiva à equipe de Zé Ricardo.
O jogo (0 a 0) foi feio de se ver. O Criciúma esbarrou na forte marcação do organizado time do Marcílio Dias, que, com seu modelo 4-5-1, povoou o meio-campo e obstruiu justamente o que há de melhor na equipe de Zé Ricardo: o jogo interior com seu losango. O Criciúma teve imensa dificuldade para penetrar na defesa adversária, enquanto o Marcílio assistia confortavelmente ao Tigre rodar a bola próximo à zona defensiva, sem conseguir, de fato, ser ofensivo.
O Criciúma sofreu com a falta de qualidade, principalmente no setor ofensivo. Neto Pessoa, Pópó e Eduardo Mello são bons jogadores, mas estão longe de ser o camisa 9 letal e goleador ao qual o exigente e saudoso torcedor carvoeiro se acostumou a ver. Nomes como Zé Carlos, Léo Gamalho e companhia – que eram cruéis com os adversários, marcando 20, 25 gols por temporada – continuarão ecoando nas arquibancadas do HH. Enquanto a diretoria não assumir o erro, corrigir a rota e entender que qualidade custa caro, não adiantará ter milhões em caixa se os atletas não entregam o que o clube precisa dentro das quatro linhas. Dificilmente o cenário irá mudar sem essa consciência. É preciso coragem e ousadia da direção para fazer o que tem de ser feito.
Parafraseando Niltinho Rebello: “O Tigre namora, mas não beija.” E o campo vem mostrando isso há cinco jogos seguidos.